Aguardados desde quinta-feira (28), os dois aviões vindos da Bahia para auxiliar no combate ao incêndio que atinge a Estação Ecológica do Taim, no Sul do estado, já estão no Rio Grande do Sul. Apenas um deles, no entanto, despejou água sobre a região afetada nesta sexta-feira (29).
As aeronaves contratadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aterrissaram no aeroporto de Pelotas por volta das 12h. Mais de três horas depois, elas decolaram em direção à reserva, que abrange os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, para o primeiro sobrevoo.
A demora na chegada dos aviões ao estado e o atraso para o início do controle às chamas estão sendo investigados pelo ICMBio, responsável pela reserva. “Essa demora nos causa uma angústia muito grande, porque, pela manhã, nós estivemos muito próximos de apagar o incêndio, mas as chamas voltaram”, afirmou o chefe da reserva, Henrique Ilha.
Uma das aeronaves, no entanto, não pode operar na tarde desta sexta. Isso porque a pista agrícola de uma propriedade rural a cerca de 15 quilômetros da reserva, onde os aviões são carregados com água, não oferece condições adequadas de segurança para essa aeronave, de maior porte e com capacidade para 3 mil litros de água, fazer pousos e decolagens.
Nesta sábado (30), a rodovia BR-471, que corta a estação ecológica, deve ser utilizada como pista. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) avalia o melhor local para os pousos e decolagens. Barreiras devem ser montadas para bloquear o trânsito durante a operação. Um caminhão-pipa com água do Corpo de Bombeiros vai ficar à disposição na rodovia para fazer o abastecimento.
Segundo o chefe da reserva, Henrique Ilha, as aeronaves, juntas, são capazes de despejar 5 mil litros de água sobre a área atingida. Até então, esse trabalho vinha sendo feito por dois aviões agrícolas, com capacidade de 700 litros cada. “A importância (dos aviões) é vital, pois não temos outra forma de combater o incêndio”, afirma Ilha.
A faixa de terra entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, onde está a reserva do Taim, é formada por muitos banhados que dificultam o acesso das equipes por terra. Ainda conforme Ilha, os bombeiros isolaram o fogo, impedindo que as chamas se alastrem. Cerca de 70 homens participam da operação.
“Por enquanto, estamos direcionando o incêndio em uma área de frente para um canal. (A equipe) esta próxima à frente do incêndio, e cortou toda a movimentação (das chamas)”, explicou Ilha. “As chamas praticamente não estão ampliando, deram uma arrefecida”, acrescentou.
O incêndio já dura quatro dias. Segundo o última levantamento do ICMBio, mais de 2 mil hectares da reserva já haviam sido atingidos. Mesmo com os aviões, Ilha espera que o incêndio seja extinto apenas no final deste sábado (30). “Exatamente para esta condição de banhado, com a velocidade destes aviões, a expectativa é que ainda levemos hoje e amanhã o dia inteiro, sendo otimista”.
A reserva do Taim abrange uma área de 34 mil hectares, onde vivem dezenas de espécies de animais, como capivaras, ratões, jacarés, tartarugas, entre outras, além de centenas de espécies de aves. Criada por decreto em 1986, é considerada uma das maiores e mais importantes reservas ambientais do país.
Reprodução Cidade News Itaú
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