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quinta-feira, março 14, 2013

Acusação elenca "19 mentiras" e diz que provas técnicas colocam Mizael na cena do crime


O promotor criminal Rodrigo Merli Antunes defendeu nesta quinta-feira (14) aos jurados do caso Mércia Nakashima que todas as provas técnicas colocam o réu Mizael Bispo da Silva na cena do crime. A declaração foi feita no quarto e último dia de julgamento de Mizael, acusado pelo assassinato de Mércia, sua ex-namorada, em 23 de maio de 2010.

O julgamento acontece no Fórum de Guarulhos (região metropolitana de São Paulo) e entrou hoje na fase de debates entre acusação e defesa, etapa que deve levar até seis horas. Na sequência,  se reúne o Conselho de Sentença --formado pelos jurados, o juiz, os advogados de defesa e a acusação --para definir se o réu é inocente ou culpado. A partir disso, o magistrado estabelece a pena, em caso de cndenação.

"Não existe excesso de coincidências", afirmou o promotor, sobre as evidências técnicas que atribuem a Mizael a culpa pela morte da advogada.

Aos jurados, o promotor resumiu todas as provas. Disse que Mizael usou um celular 'frio' para falar com o vigia Evandro Bezerra da Silva por 19 vezes no dia do crime. Afirmou que, ao contrário do que diz a defesa, o rastreador do carro do réu está funcionando. Silva será julgado pelo crime em julho deste ano também em júri popular.

"O rastreador dele estava perfeito. A partir do dia 23 de agosto é que o rastreador dele trava, para a defesa. Ele precisava provar que o rastreador falha", disse o promotor.


O promotor derrubou a tese de que o policial reformado estaria em um veículo com uma prostituta na hora do crime, já que usou uma antena de celular não alcançável no local onde o automóvel estava estacionado.

Além disso, Antunes lembrou que quatro elementos da cena do crime -- sangue, ossos, metal da munição e, principalmente, alga -- estavam no sapato de Mizael.

"Prostituta existe, rastreador deu problema, ERB está maluca, alga não é alga, sangue não é sangue, osso não é osso, Evandro foi torturado. Se uma dessas coisas der errado, ele é culpado", disse o promotor.

Mizael afirma que a alga foi "plantada" como prova em seu sapato pela polícia. "Ninguém plantou, desculpem o termo, porcaria nenhuma", desabafou o promotor.

Assistente de acusação mostra fotos de Mércia
Após a argumentação do promotor Rodrigo Merli Antunes, foi a vez de o assistente de acusação Alexandre de Sá Domingues elencar, para os jurados, 19 mentiras contadas por Mizael Bispo de Souza durante o processo, em alusão ao número de vezes que o réu ligou para o vigia Evandro Bezerra da Silva no dia da morte  de Mércia Nakashima.

"Senhor Mizael ganhará um prêmio ao final deste julgamento: o de mentiroso do ano", disse o advogado. Durante todo o tempo em que Domingues falou, aos berros, as supostas mentiras do réu, um datashow mostrou, projetadas na parede, imagens de Mércia Nakashima e dos momentos de sofrimento da família após o crime.

A mãe da vítima, Janete, chorou muito, mas não evitou o olhar atento às fotos mostradas. O irmão de Mércia, Márcio Nakashima, não quis ver as imagens. "Que difícil. Virei a cabeça na hora das fotos", disse, durante o intervalo para o almoço.

Antes de falar sobre as supostas mentiras, Domingues mostrou um e-mail agressivo de Mizael para Mércia, escrito em 17 de abril de 2010. Para o advogado, toda a mágoa mostrada pelo réu no texto enviado, prova que o policial reformado mentiu ao afirmar que tinha um ótimo relacionamento com a vítima.


O advogado afirmou que Mizael era possessivo e não aceitava a rejeição de Mércia. "Na cabeça doentia dele, ela estava enganando ele. Mizael  faz de tudo para se encaixar na verdade que a mente dele criou", afirmou.

No final, Domingues fez um apelo ao corpo de jurados. "Tenho certeza de que nenhum dos senhores jurados tem uma dúvida sequer de que Mizael assassinou Mércia", disse.

Antes da argumentação da defesa, o juiz Leandro Cano deu duas horas de intervalo para o almoço. A sessão deve ser retomada às 13h30

Reprodução Cidade News Itaú

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