"Vem, jardineira, vem meu amor". A marchinha dava o tom carnavalesco à Praia do Centro de Rio das Ostras, a preferida de idosos e crianças por causa das ondas calmas. Mas aquele fim de tarde de sexta-feira, dia 8 de fevereiro, não seria de marasmo: "Chama a Tia Lúcia!".
A sobrinha não podia deixar Tia Lúcia alheia à cena. No mar, um casal balança a roseira e, se a jardineira da música está triste, ninguém está nem aí. A performance dos desinibidos caiu na internet e consagrou a professora Lúcia Batista, de 57 anos, como o personagem mais popular nas redes atualmente.
— Na hora, eu estava no banheiro. Ela me chamou porque eu gosto dessa safadeza, de uma brincadeira. E olha que tenho 57 anos. Mais de 20 pessoas me ligaram hoje falando "Chama a tia Lúcia". Virou bordão. E gente que eu não via há muito tempo ligou — conta a tia.
No quiosque, a trilha sonora fazia coro com a multidão: "Quem não chora não mama segura meu bem a chupeta, lugar quente é na cama..." O povo não se continha: "Cabecinha pra trás e tudo", "O cara tomou um azulzinho". Nunca houve um carnaval assim em Rio das Ostras.
— Tantos lugares para namorar. Vai para uma moita que ninguém está vendo — reclama Tia Lúcia.
Frequentadores do quiosque na praia, os familiares da professora notaram um movimento estranho no mar. Banhistas acompanhados de crianças já haviam chamado a Guarda Municipal. Acusavam o casal de praticar sexo explícito a poucos metros das famílias. Alguns rapazes exigiam providências das autoridades. Quando, enfim, os dois se desatracaram, a surpresa. Enquanto a mulher, depois identificada como a moradora de Belford Roxo Wanderlea dos Santos Silva, de 41 anos, gesticulava, provocativa para a multidão, já na areia, o rapaz andou em direção contrária. Fugia do flagrante. A sobrinha da Tia Lúcia, que prefere não se identificar, recorda a cena:
— A gente logo percebeu que não eram casados. Eles nem se beijaram, o cara não tirou os óculos. Ele esculachou a mulher diante da praia toda. Quando eles se soltaram, ela ainda conversou com outro.
Indignação nas areias
Foi a senha para o início de um novo coro: "corno, corno, corno". Uns zoavam a forma física do Don Juan de Rio das Ostras — "nem é sarado, balofo, prefiro a barriguinha do meu marido". Mas houve quem suspirasse também...
— Tinha uma mulherada morrendo de inveja, falando "Ah, se fosse eu" — diverte-se Tia Lúcia.
A família conta que a farra das areias só acabou quando os guardas chegaram. Os filhos gêmeos de Wanderlea foram acolhidos pelos assistentes sociais. E os desinibidos encaminhados para a delegacia. A cena despertou a indignação do povo.
— Ela ainda saiu sacudindo os cabelos como se fosse uma beleza. Cabelo de mulher pobre, não se dá ao respeito — reclama a irmã de Tia Lúcia, inconformada com a invasão em sua praia.
Escândalo na praia
Fugitivo
A guarda municipal Ana Lúcia Souza da Silva diz que o rapaz tentou fugir, mas confessou ter feito sexo. "A mulher, não. Xingava e dizia que não estava fazendo nada demais".
Alcoolizada
De acordo com os guardas, a mulher estava com dois filhos, um casal de gêmeos de 9 anos, muito alcoolizada e revoltada. "Ela tentou agredir uma das testemunhas e perguntou: ‘O que é? Você também quer me comer?’"
Desconhecidos
Wanderlea, de 41 anos, tinha conhecido o rapaz, de 27, horas antes de os dois protagonizarem as cenas quentes na água.
Comprometida
Em sua casa, em Belford Roxo, Wanderlea nega ter feito sexo. Ela mora com o companheiro Johne Max Geraldo dos Santos, de 38 anos, que não está enciumado: "Contei para ele antes do vídeo".
Negativa
Wanderlea acha que o "rapaz" disse que transaram para aparecer: "A gente se beijou, foi bom e faria de novo. Quem pode dizer se eu estava com o biquíni abaixado?"
Choro
O casal foi levado para 128ª DP (Rio das Ostras), onde foi registrada ocorrência por ato obsceno.
Ainda não viu o vídeo? Dá uma olhada:
Reprodução Cidade News Itaú
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