O chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte, delegado Wagner Pinto, informou em coletiva nesta quarta-feira (27) que a polícia realiza um inquérito complementar no caso Eliza Samudio. Segundo ele, outros envolvidos são investigados a pedido do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil.
O inquérito corre em sigilo e, por isso, nenhum nome foi revelado. “Houve uma requisição da corregedoria e do MP para fazer investigações complementares para ver a participação de outros indivíduos. Não é vantajoso falar quem são os investigados”, disse. Um vazamento de informações teria motivado os esclarecimentos da Polícia Civil.
O delegado afirmou que a investigação ainda está em curso. “Assim que terminada vai ser encaminhada para a Justiça. Não vou mencionar quem e nem quantos e nem o conteúdo para não causar tropeços”, afirmou.
O Ministério Público Estadual não quis comentar sobre a investigação nesta quarta-feira (27).
Na próxima segunda-feira (4), a Justiça retoma o julgamento de envolvidos no caso Eliza Samudio. Na data, começa o júri popular do goleiro Bruno Fernandes, que responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. A ex-mulher do goleiro, Dayanne do Carmo Souza, também vai ser julgada. Ela é acusada de envolvimento no sequestro e cárcere privado de Bruninho.
Uma testemunha-chave no processo vai ser ouvida a pedido do Ministério Público e da defesa do goleiro. Jorge Luiz Rosa, hoje com 19 anos, foi o primeiro a afirmar que Eliza não tinha simplesmente desaparecido. Por envolvimento no assassinato, ficou dois anos e dois meses numa unidade para menores infratores. A entrevista foi anexada ao processo do caso Eliza Samudio.
Entrevista
Jorge Luiz Rosa falou com exclusividade ao "Fantástico", em reportagem exibida neste domingo (24). Até então, não havia dado entrevista sobre o caso Eliza Samudio. Jorge era menor de idade à epoca do desaparecimento e foi mantido em programa de proteção à testemunha até dezembro do ano passado. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, ele solicitou o desligamento.
Ao Fantástico, Jorge Luiz Rosa afirmou que Bruno sabia que o crime estava sendo planejado, apesar de ter negado o conhecimento do atleta na primeira resposta. Ao ser perguntado se Bruno sabia que o crime aconteceria e era planejado, Jorge disse que “não tinha como não desconfiar. Tava debaixo do nariz dele. Com o Macarrão do jeito que gostava tanto dele, fazia qualquer coisa por ele, não desconfiar daquilo ali? Não mandou matar, mas...”, disse. Inicialmente, na entrevista, o primo havia afirmado que Bruno não sabia de nada. Mas depois mudou de opinião e pediu para responder a pergunta novamente.
Jorge ainda diz que Macarrão lhe ofereceu R$ 15 mil para matar Ingrid Calheiros, atual mulher de Bruno. Esse fato teria acontecido quando Jorge foi morar com Bruno no Rio e tinha uma dívida relacionada a drogas.
Reprodução Cidade News Itaú
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