Treinos e jogos do Santos, rotina de viagens, convocações para a seleção brasileira e inúmeros compromissos publicitários fizeram com que o atacante Neymar diminuísse sua frequência num local que lhe serviu de apoio para seu amadurecimento pessoal e até profissional: a Igreja Batista Peniel, que o jogador conheceu há 13 anos.
Aos oito anos de idade, a maior esperança brasileira para a Copa do Mundo de 2014 começou a frequentar a igreja, na zona leste da cidade da Baixada Santista, a convite de Betinho, seu então treinador na categoria de base do clube.
O garoto tomou gosto pela instituição e passou a levar seus pais para o culto. Até que por volta dos 17 anos, depois de sua explosão técnica e de mídia, Neymar não conseguiu mais ser tão presente. Mas a família do jogador seguiu fiel à fé adotada. A mãe ainda vai regularmente à igreja, e o pai, sempre que possível.
Mas, de acordo com o pastor Newton Lobato, Neymar ainda se esforça bastante para poder estar presente no local.
“Como profissional, diminuiu a frequência por questão natural dos compromissos. Depois dos 17, 18 anos, ele começou a ter um jogo atrás do outro. Ele está no momento dele, muito assediado, não tem tempo quase nem pra ele. Fico alegre quando vejo ele (sic) na igreja. Fico alegre porque sei das dificuldades e ainda assim ele vai pra igreja, fica quietinho ali e depois vai embora”, afirmou Newton Lobato ao UOL Esporte.
Uma das últimas aparições do jogador foi em 31 de janeiro, uma quinta-feira, numa atividade realizada à noite. A presença do atleta foi justamente depois de um polêmico episódio em que Neymar questionou a arbitragem se o técnico do Ituano, Roberto Fonseca, havia lhe chamado de macaco. Na mesma noite, o craque recuou e disse que não tinha entendido direito as palavras do treinador. Pareceu arrependido.
Newton Lobato prefere não cravar que a presença de Neymar um dia depois do ocorrido foi por estar arrependido ou incomodado com o fato. Mas disse que sentiu um semblante diferente no atleta depois de passar por lá.
“Ele apareceu no culto e veio sozinho. Nessa mesma quinta ele esteve no Rio na apresentação da seleção e ainda conseguiu aparecer na igreja. Não sei [se foi por estar triste com o fato], não dá pra saber, pois de vez em quando ele aparece. Não sei se foi por causa disso. A verdade é que achei que depois da reunião ele pareceu mais alegre, inspirado. Nós oramos por todo mundo. Acredito que saiu mais alegre de lá”, falou.
Pastor Newton disse que Neymar não costuma atualmente chamá-lo para conversas separadas para desabafos. Mas sempre que pode faz pedidos por alguma situação específica. Mas que antes, quando frequentava o local regularmente, já havia pedido orações para alguns momentos importantes de sua vida profissional.
“No começo sim [sobre pedidos da oração], para cada etapa da vida dele eu participei. Em decisões na base eu orava, no profissional também eu orei por ele, na convocação eu orei por ele. Mas depois as decisões dos campeonatos eram frequentes. No primeiro contrato a gente participou e estava junto. Depois ele foi crescendo e se distanciando um pouco no contato. A rotina dele é de dois, três títulos por ano agora. Quando tem algo novo, diferente, ele pede oração. [A última foi quando] veio apresentar o filho dele. Me ligou e trouxe o filho com a mãe, com os convidados. Quando tem alguma coisa nova ele faz questão de pedir a proteção e orar pela vida dele.”
Festas, casamento e dízimo
O pastor da Igreja Batista Peniel disse que não tem preocupação com a condução da carreira e excesso de fama e dinheiro adquiridos pelo jogador nos últimos anos. Revelou que teve uma única conversa com ele nesse sentido bem no começo de sua trajetória. Mas um pedido de cuidado natural, e não em função de acreditar que havia excessos.
“Logo quando ele iniciou, eu o chamei e disse pra ter cuidado nessa vida. Pedi cuidado e falei que a vida era um holofote. Mas ele tem uma retaguarda excelente por meio do pai e da mãe, que estão presentes. O pai administra bem a questão do dinheiro e está bem presente onde ele está indo. Ele não é um menino que some, e sabe o que faz da vida. Isso é até mais fácil. Ele está muito engatilhado, estão sempre juntos. Ele sabe o que é certo e errado e ouviu ensinamento os ensinamentos”, explicou.
O fato de não ter casado com a mãe de seu filho não merece críticas do pastor Newton. “A igreja não obriga ninguém. Temos milhares de jovens e não obrigamos ninguém a nada. Com respeito a uma questão como essa, ele tomou a decisão dele. Se a pessoa não tem aquele sentimento, acontece. Mas o ensinamento de ser bom pai, a igreja presta.”
Sobre o dízimo dado todo mês, o pastor preferiu não revelar o valor, mas afirmou que o jogador dá uma quantia por meio de sua mãe. E ainda, por vontade própria, faz mais doações no final do ano. “Ele colabora. A mãe dele sempre traz um valor X e fala que é do filho. E por ano eles fazem uma doação que parte do coração deles. Ele se reúnem e dão o que chamamos de oferta.”
Reprodução Cidade News Itaú
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