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quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Padre vai responder também por estupro de jovem de 19 anos no RJ



A Polícia Civil indiciou nesta quarta-feira (27) o padre Emilson Soares Corrêa, de 56 anos, afastado da Igreja Católica, por estupro de vulnerável de duas irmãs em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Uma delas teria 7 anos quando o caso ocorreu, há três anos. A outra irmã, atualmente com 19 anos, disse ter feito sexo oral com o padre quando tinha 13 anos.
O pai das meninas, o técnico em  refrigeração Ubiratan Homsi, foi indiciado nesta manhã pelo crime de extorsão. Segundo a delegada Marta Dominguez, da Delegacia Especial de Apoio à Mulher (Deam) de Niterói, testemunhas do padre e a mãe da jovem de 19 anos confirmaram em depoimento que o pai tentou obter vantagens financeiras ao mostrar ao padre o vídeo em que o religioso aparece fazendo sexo com uma menor de 15 anos.
A delegada disse ainda que, até o começo desta tarde, as investigações não apontavam para crime de exploração sexual.
"A extorsão foi confirmada por testemunhas do padre e pela própria mãe da jovem de 19 anos. Ela contou que depois de gravar o vídeo do padre fazendo sexo com uma menor, Homsi chamou o padre para mostrar a gravação. Segundo ela, o pai disse 'agora que ajudou na reforma da casa, dê uma casa para ela'. A mãe contou ainda que disse que ele ainda fez uma ameaça velada ao padre dizendo: 'o ex-namorado dela, o Galo, quando sair da prisão, quando souber disso vai matá-la'", contou a delegada, acrescentando que o pai faz uma grave ameaça ao padre ao exigir uma compensação para não divulgar as imagens.

Ubiratan Homsi, pai de duas jovens que teriam sido estuprada pelo Padre Emilson Soares Corrêa, de 52 anos, assiste ao vídeo que comprovaria o abuso sexual de uma delas (Foto: Paulo Araújo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)Ubiratan Homsi assiste ao vídeo que comprovaria o
abuso sexual de uma delas (Foto: Paulo Araújo/
Agência O Dia/Estadão
Conteúdo)
O caso de abuso sexual vem sendo investigado desde novembro de 2012, quando Homsi procurou a delegacia para denunciar que o padre havia acariciado as partes íntimas de sua filha, hoje com 10 anos, durante um passeio, há três anos.  A menina foi submetida a exames de corpo de delito, que provaram que ela não foi desvirginada. Já a irmã mais velha, atualmente com 19 anos, inicialmente contou que mantinha relações com o padre desde os 15 anos. Depois reviu o depoimento e afirmou que fazia sexo oral com o religioso aos 13 anos de idade.
A delegada já ouviu a menor que aparece no vídeo onde aparece fazendo sexo com o padre. Homsi entregou na terça o vídeo à delegada. Marta Dominguez disse ainda que até o momento não surgiu nenhuma outra denúncia contra o padre Emilson.
Tanto o padre, indiciado pelo estupro de vulnerável das duas irmãs, quanto o pai das meninas, indiciado por extorsão, vão responder pelos crimes em liberdade.
Jovem confessou relacionamento com o padre
A jovem de 19 anos confessou à família que mantinha relações com o padre e, após a confissão, ela foi orientada pelo pai a gravar um vídeo do encontro com o padre. A menina então, teria chamado uma amiga de 15 anos, que topou gravar o vídeo. É esta menina que aparece nas imagens em relações sexuais com o padre. A partir de 14 anos, quando não há violência e o sexo é consensual, não configura crime, como esclareceu a delegada Marta Dominguez, da Deam de Niterói.
O padre, que era responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango, teria sido flagrado fazendo sexo com a adolescente na casa paroquial, mas, segundo a polícia, o vídeo não foi entregue à delegada Marta Dominguez.
"Em depoimento, a jovem disse que às vezes se encontrava com o padre na sua própria casa e, outras vezes, na casa paroquial. Ainda não tivemos acesso ao vídeo. Vou dar um prazo de 48 horas para que o pai traga a gravação. Se ele não trouxer, vai responder por desobediência", disse a delegada.
Em entrevista à Rádio Globo, o pai das vítimas, Ubiratan Homsi, confirmou a existência do vídeo, gravado por ordem dele. "Esse vídeo é uma prova da pouca vergonha." A jovem que aparece fazendo sexo com o padre não é a filha dele.
Emilson Soares confessou ter mantido relações sexuais com a irmã mais velha, mas apenas quando ela completou 18 anos, em 2012. O padre disse ainda que foi chantageado depois que o vídeo foi gravado. Segundo Emilson, o pai pediu dinheiro e uma casa para não divulgar as imagens. Ele não concordou e fez uma petição ao Ministério Público, em novembro de 2012, relatando o ocorrido.

O advogado Roberto Vitagliano, que defende o padre, diz que o religioso admite ter tido um relacionamento com a jovem de 19 anos, somente em 2012, quando ela já era maior. O padre nega ter abusado da irmã dela, hoje com 10 anos.
"Ele é juridicamente inocente, não cometeu crime algum. A criança foi manipulada pelo pai. Ele assume a responsabilidade de seu ato com a maior, tanto que tomou a iniciativa de ir ao Ministerio Público. Ele foi afastado de suas funções e vai responder por isso perante a Igreja. A Bíblia mesmo diz que a carne é fraca. Ele cometeu um erro e se responsabiliza por isso, mas não cometeu crime algum. Sua postura vai ser julgada pela Igreja. O crime de estupro de vulnerável não tem qualquer fundamento", disse o advogado, destacando que o padre é uma pessoa simples e que está muito abalado.
A Arquidiocese de Niterói informou, por meio de nota, que está apurando o caso e que o padre Emilson Soares Corrêa foi suspenso temporariamente de suas funções. A entidade garantiu que o indiciado não é responsável por nenhuma paróquia. O padre disse estar afastado desde 23 de novembro de 2012, quando deu entrada no Ministério Público, segundo ele quando passou a ser ameaçado pelo pai das meninas.

Reprodução Cidade News Itaú

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