quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Ministério Público denuncia Emerson Sheik por contrabando de veículos


Emerson, atacante do Corinthians, durante treino no CT Joaquim Grava
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou à Justiça o atacante Emerson Sheik, do Corinthians, por contrabando de veículos, resultado de investigação da Polícia Federal. Além do jogador do Corinthians, o volante Diguinho, do Fluminense, também é acusado no mesmo processo.

Os nomes dos dois jogadores surgiram em uma grande ação da PF no ano passado, em investigação de integrantes da máfia de caça-níqueis que também atuava no contrabando de carros de luxo. A operação era chamada Black Ops.

De acordo com o MPF, o atacante do Corinthians comprou no exterior uma BMW X6 e um Chevrolet Camaro a preços muito abaixo do mercado, o que indicaria a origem ilícita dos automóveis. Mesmo assim, segundo o MPF, Sheik vendeu os carros para Diguinho, indiferente à possível ilegalidade da operação de vender no Brasil produtos de origem ilegal obtidos no exterior.

O crime de contrabando prevê de um a quatro anos de prisão, mas a pena pode aumentar para até seis anos e oito meses por causa da duplicidade do crime – Sheik é acusado de repetir o processo duas vezes. Diguinho também seria enquadrado no mesmo artigo, mas, por seu réu primário, contou com tratamento diferente por parte do MPF (Emerson Sheik foi condenado por falsidade ideológica em 2006 por falsificar sua certidão de nascimento).

Na denúncia à Justiça, os procuradores pedem a suspensão condicional do processo contra Diguinho.

A suspensão do processo estaria condicionada ao jogador, pelo prazo de dois anos, não se ausentar do Estado do Rio por mais de 30 dias sem autorização judicial, comunicar qualquer alteração de endereço, comparecer a juízo trimestralmente para informar e justificar as suas atividades, bem como aceitar a perda do automóvel BMW e prestar serviços à comunidade por seis meses, por 16 horas por mês.

O caso

As acusações a Sheik e Diguinho envolvem um processo criminoso de venda de carros de luxo no Brasil. Os veículos eram usados, mas entravam no país como novos - é proibida a venda de veículos importados usados. No caso de Sheik, a nota da compra do veículo mostra o depósito de apenas US$ 5.000 (aproximadamente R$ 10.000) para um veículo que vale em torno de US$ 57 mil (R$ 114 mil).

Este teria sido o valor total pago por Sheik pelo veículo, segundo investigação da Polícia Federal. Assim, Sheik estaria comprando um carro com preço notadamente inferior ao valor de mercado, o que indicaria que o jogador sabia que o veículo não era novo e que tinha origem ilícita.

Além disso, a negociação gerou uma cadeia de compra e venda, com a finalidade de “distanciar o comprador final da ilegalidade praticada na importação”, afirma denúncia do MPF.

O documento elaborado pelo MPF sobre a operação Black Ops também diz que Emerson não soube explicar por que vendeu um carro ao jogador Diguinho por R$ 315 mil, enquanto a nota fiscal registrou a transação em R$ 200 mil. Essa informação fez com que os dois também fossem investigados por lavagem de dinheiro, mas essa acusação foi descartada.

Sheik comprou a BMW X6, cor branca, por R$ 200 mil (R$ 160 mil e mais R$ 40 mil em IPI) em 29 de outubro de 2010. No Brasil, o carro é avaliado em R$ 300 mil. Quase dois meses depois, o atacante negociou seu veículo para a mesma empresa e pelo mesmo preço (mas sem o IPI).

No mesmo dia em que Sheik se desfez do veículo, Diguinho efetuou a compra da BMW X6 pelo mesmo valor. 20 dias depois, o volante do Flu revendeu o veículo para a mesma concessionária. Horas depois, recomprou o automóvel. A investigação do MPF concluiu que Emerson tinha conhecimento da ilegalidade da transação.

Reprodução Cidade NewsItaú

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