Em nova assembleia realizada nesta terça-feira (26), na sede do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, os médicos do Estado decidiram pela manutenção do movimento grevista. Nesta quinta-feira (28), a greve dos médicos completa dez meses e não há nenhuma perspectiva de fim da paralisação da categoria. Com isso, serviços como o Centro de Reabilitação Infantil (CRI) e do Centro de Saúde Reprodutiva Professor Leide Morais seguem com o atendimento prejudicado em virtude da paralisação dos médicos.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, disse que os médicos decidiram, por unanimidade, durante a assembleia manter o movimento grevista, haja vista que o Governo do Estado não avançou em nenhum ponto das propostas apresentadas pela categoria. Na ocasião, os médicos discutiram ações, medidas e outras possibilidades de negociação e comemoraram a ação judicial que considerou ilegal o corte no ponto dos médicos grevistas. Os médicos também discutiram os encaminhamentos da audiência pública a ser realizada no mês de março, na Assembleia Legislativa, para discutir a situação da greve dos médicos, a violação dos direitos humanos e o agravamento da situação da saúde pública.
“Pelo encaminhamento que o Governo do Estado vem dando e a forma como ele vem se posicionando em perseguir a categoria médica, acredito que dificilmente essa greve termine. Entendemos que há uma grave crise na saúde pública e queremos colaborar, mas não podemos encerrar uma greve sem que tenha tido melhorias nas condições de trabalho, pois a questão salarial não é nem o ponto principal de paralisação. A própria justiça já reconheceu que a nossa greve é em favor da população, na luta por melhorias”, destacou Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN. Geraldo criticou a falta de médicos no Estado para cumprir a escala da UTI Neonatal, no Hospital da Polícia, bem como no Centro de Recuperação de Operados (CRO), do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. “O Governo tem dificuldade de encontrar médico até na cooperativa, pois não paga e sem receber nenhum médico aceita trabalhar”.
Em março, os médicos deverão realizar uma nova manifestação contra o descaso do Governo do Estado em relação à saúde pública. No dia 23 de março, todos os sindicatos da área da saúde sairão, novamente, às ruas de Natal contra o Governo. “Já no próximo dia 6 teremos uma audiência com a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, onde iremos relatar a dura realidade vivida no Rio Grande do Norte que é administrado por um Governo descompromissado com a saúde. Um governo que só tem cometido erros na saúde”, destacou.
A reportagem de O Jornal de Hoje tentou entrar em contato com o secretário de Saúde Pública do Estado, Isaú Gerino, mas ele estava em uma reunião em Brasília e não pode atender as nossas ligações.
O procurador Geral do Estado, Miguel Josino, explicou que orientou a Secretaria Estadual de Saúde Pública a cortar o ponto dos médicos que estão em greve, mas como a Justiça considerou ilegal o desconto do salário dos grevistas, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) recorrerá da decisão. Miguel Josino também descartou a possibilidade de pedir a ilegalidade do movimento na Justiça. “Por ter protelado o pedido, acho difícil conseguirmos um resultado positivo e a justiça decretar a ilegalidade da greve. Esse pedido tem que ser feito no início do movimento”, explicou Miguel Josino.
Nova paralisação
Os médicos do Hospital da Mulher, em Mossoró, decidiram nesta terça-feira (26), em assembleia, mais uma vez paralisar atendimento por tempo indeterminado. Esta é a segunda parada em menos de um mês. O corpo clínico alega descumprimento de compromisso de pagamento pela Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap) e manterá apenas atendimentos de urgência e emergência. Os profissionais decidiram também que, se não receberem os pagamentos atrasados em 48 horas, paralisarão por completo todo e qualquer atendimento no hospital.
Reprodução Cidade News Itaú
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