Quase 23 anos já se passaram, mas uma falsa história de ter matado uma pessoa involuntariamente ainda acompanha a carreira do ex-lateral esquerdo Branco, tetracampeão mundial em 1994 com a seleção brasileira e hoje técnico do Guarani.
O ex-defensor de Fluminense, Internacional, Grêmio, Corinthians e Flamengo, entre outros, é lembrado muito pela força de suas cobranças de falta numa época em que os tira-teimas e computadores nas transmissões começaram a identificar velocidade da bola e outras estatísticas.
Na Copa do Mundo de 1990, Branco acertou uma forte cobrança de falta no jogador da seleção escocesa Murdo MacLeod. A velocidade do chute atingiu aproximadamente 100 km/h e pegou em cheio a cabeça do meio-campista, que caiu desmaiado.
MacLeod foi substituído na hora e levado ao hospital. Teve diagnosticada concussão cerebral, mas logo se recuperou e continuou a carreira até seis anos depois, sem sequelas que o impedissem de atuar. Atualmente, ele até trabalha na imprensa escocesa como comentarista de uma TV e analista de um jornal.
Mas, no Brasil, essa versão não chegou tão facilmente aos ouvidos das pessoas. Passou a ser comentada a morte de McLeod anos depois como sequela do chute de Branco. Muitos acham que essa lenda é verdade.
Ao se digitar as palavras “Branco” e “falta” no Google, por exemplo, aparecem como sugestão as palavras “morte” e “matou”. Mas tudo isso ainda repercute até hoje, falsamente, sendo um “fantasma" para Branco.
"Isso é natural, muito torcedor vem e me fala isso. Tem gente que nem me pergunta, já chega afirmando: ´você matou um cara uma vez´. Eu falo que não matei ninguém não. Graças a Deus ele não morreu. O cara está bem”, falou Branco ao UOL Esporte.
“Torcedor tem isso às vezes. Mas o cara não morreu. Ele teve algo no cérebro só e precisou sair da partida. Mas eu não matei ninguém, não, está louco?”, continuou, bem humorado, o agora treinador. Branco disse que nunca mais teve um contato pessoal com MacLeod, nem mesmo após a partida.
Outra lenda em virtude do potente chute de Branco foi quando ele acertou um fotógrafo em um dos jogos preparatórios da seleção brasileira antes da Copa do Mundo de 1994. Naquela ocasião, o jornalista teve um corte no rosto. Mas, anos depois, isso se transformou em cegueira no conto popular. “Esse cara que arrebentou o olho na câmera, eu estive junto depois”, falou.
Estreia no Guarani
O técnico Branco viu na noite desta quinta-feira que terá bastante trabalho para reerguer o Guarani no Campeonato Paulista. Em sua estreia no comando bugrino, ele viu seu time levar uma virada do Bragantino e sair de campo derrotado por 3 a 1 em pleno Brinco de Ouro da Princesa, o que fez aumentar ainda mais as críticas da torcida, que no último sábado já havia visto a equipe perder o dérbi para a Ponte Preta no mesmo local, pelo mesmo placar.
O treinador previu bastante trabalho para recuperar um grupo desmotivado e cabisbaixo. “Fui chamado pra ajeitar a casa e estou em um grande clube. A responsabilidade é grande. Estamos trabalhando em todos os sentidos. Não tem muito tempo, domingo já tem jogo. A questão é tudo isso. Agora temos que trabalhar, qualificar o elenco e usar a psicologia”, falou.
O Guarani encara no próximo domingo o Botafogo, em Ribeirão Preto. O time de Campinas está na zona de rebaixamento, com um ponto em quatro jogos.
Reprodução Cidade News Itaú
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