Seis testemunhas foram ouvidas até agora, no primeiro dia de julgamento dos policiais militares Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão --acusados de assassinar a tiros a juíza Patrícia Acioli em agosto de 2011, em Niterói. A expectativa do TJ (Tribunal de Justiça), é que o júri dure três dias.
A principal testemunha do dia foi a advogada Ana Claudia Abreu Lourenço. Ela relatou que avisou aos réus, pouco antes do crime, que a juíza havia decretado a prisão dos três.
Lourenço também contou que incentivou o réu Jefferson de Araújo Miranda a fazer a delação premiada quando esteve com ele na Delegacia Antissequestro e acredita que ele tenha negado o depoimento anterior em função de ameaças. "O que eu posso dizer é que alguém, no meio do caminho, o fez voltar atrás da verdade", concluiu.
O primeiro a depor foi o delegado Felipe Ettore, que presidiu o inquérito sobre a morte da juíza Delegacia de Homicídios. O delegado afirmou ao juiz que "os três tinham ciência do assassinato da juíza Patricia Acioli, desde o início do planejamento até o seu desfecho final".
Ettore relatou ainda que o depoimento prestado sob o benefício da delação premiada por Jefferson Miranda, durante o inquérito, foi totalmente espontâneo e que, naquele momento, a investigação já estava quase chegando ao fim. "A nova sistemática que ele deu foi o diálogo entre o Benitez e o coronel Claudio sobre a morte da juíza", completou.
Outra testemunha foi o promotor Paulo Roberto Mello Cunha, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Ele lembrou que, desde 2008, estava sendo feito um trabalho conjunto de verificação e denúncia de autos de resistência supostamente forjados por policiais do 7º BPM (Batalhão de Polícia Militar).
O advogado Bernardo Pinto Lugão também testemunhou e confirmou que estava presente quando Jefferson de Araújo Miranda depôs na época da medida cautelar, sob o benefício da delação premiada, e que o procedimento ocorreu normalmente, sem qualquer irregularidade.
O julgamento começou às 8h30 e é presidido pelo juiz Peterson Barroso Simão. Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e para assegurar a impunidade de outros delitos) e formação de quadrilha, e podem ser condenados a penas que variam de 2 a 30 anos.
Sérgio Costa Júnior, outro réu do caso, condenado a 21 anos de reclusão no último dia 4 de dezembro, prestou depoimento como colaborador na qualidade de informante da defesa.
Ele declarou que, pelo que sabe, ninguém comunicou ao soldado Medeiros do atentado do dia 11 de agosto de 2011 e que nem todos os integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas) do 7º Batalhão de Polícia Militar estavam presentes quando o tenente Benitez trouxe a ideia de matar a magistrada.
CRIME
A magistrada foi morta com 21 tiros quando chegava em casa após o trabalho. Segundo investigações, a magistrada passou a incomodar o grupo de policiais quando foram iniciadas investigações sobre a corrupção no Batalhão de São Gonçalo.
A decisão de matá-la foi reforçada após dois integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas) serem presos sob suspeita do assassinato de Diego Beliene, 18 --os PMs eram investigados pela suspeita de terem forjado a morte de Beliene como sendo 'auto de resistência', como são classificadas pela PM as mortes de suspeitos em confrontos.
Reprodução Cidade News Itaú
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