O preço da gasolina para o consumidor final deverá subir 4,4%, segundo afirmou nesta quarta-feira (30) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante o Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.
Na véspera, a Petrobras havia anunciado uma alta de 6,6% no preço da gasolina nas refinarias e de 5,4% no diesel, a partir desta quarta-feira. O aumento era esperado pelo mercado diante da defasagem dos valores dos combustíveis no país em relação às cotações internacionais.
O reajuste que chegará aos postos de combustíveis é menor devido à mistura de 20% de etanol na gasolina, além de outros fatores, como as margens de lucro das distribuidoras.
"O posto vai repassar 4,4% porque tem a mistura, e isso é menos que a inflação. Faz quatro anos que o preço da gasolina não sobe. De 2006 até agora o preço da gasolina subiu 6%. É uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém", afirmou Mantega.
Em outras oportunidades que a gasolina subiu nas refinarias, o governo reduziu a Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico) para evitar repasses ao consumidor. Mas no último aumento a Cide foi zerada, tanto para a gasolina como para o diesel.
Atualmente o governo estuda aumentar de 20% para 25% o percentual de etanol na gasolina, mas, nesta quarta-feira, o ministro não confirmou uma data para anunciar a medida.
Petrobras
O reajuste provavelmente não eliminará a defasagem nos preços praticados pela Petrobras, mas dará fôlego para a estatal desenvolver seu bilionário plano de investimentos.
"Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", afirmou a estatal em comunicado na terça-feira (29).
Após o anúncio do reajuste, as ações da Petrobrás na Bolsa sofriam uma desvalorização de mais de 4%, por volta das 14h desta quarta-feira. Segundo analistas, o fato de a companhia comprar combustíveis a valores mais elevados que os vende internamente poderia afetar os resultados financeiros da empresa.
Inflação
Segundo Mantega, o governo espera que a alta na gasolina tenha um impacto de 0,16 ponto percentual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), índice oficial da inflação utilizado pelo governo como medida para o sistema de metas inflacionárias. Em 2012 o IPCA fechou o ano a 5,84%, distante do centro da meta, de 4,5%, mas ainda abaixo do teto, de 6,5%.
Em janeiro, o IPCA-15 -índice conhecido como prévia da inflação oficial- fechou o acumulado dos últimos 12 meses em 6,02%, acelerando 0,88% no mês.
Reprodução Cidade News Itaú
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