quarta-feira, janeiro 30, 2013

Polícia leva testemunhas à boate Kiss e faz reconstituição do incêndio


Polícia leva testemunhas à boate Kiss e faz reconstituição do incêndio. Cinco pessoas voltaram ao local e relembraram momento do início do fogo. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress)

Cinco testemunhas foram levadas à boate Kiss, nesta quarta-feira (30), para fazer uma reconstituição do incêndio que matou 235 pessoas na madrugada de domingo (27), em Santa Maria. Segundo a Polícia Civil, todos afirmaram que o ponto de origem do fogo foi no teto do palco.

“Foi uma breve reconstituição com objetivo de esclarecer algumas dúvidas que estão surgindo no inquérito. Todos afirmaram que o fogo começou no mesmo lugar, no teto, do lado direito do palco, onde o vocalista da banda fazia o show pirotécnico”, afirmou o delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação. “Todos os indícios apontam que o sputnick [sinalizador] causou o incêndio”, disse ele.
Conforme a polícia, as testemunhas também foram unânimes em afirmar que o extintor de incêndio que estava do lado direito do palco foi acionado, mas não funcionou. Eles afirmaram ainda que a fumaça demorou entre 40 segundos e um minuto para tomar conta de toda a boate.
“Certamente, a espuma funcionou facilitando a propagação rápida da fumaça porque não era da especificação adequada para o revestimento do local. A espuma foi trocada na metade do ano. Um funcionário que admitiu isso à polícia”, disse o delegado Meinerz. “Foi feito de forma amadora e ingênua”, acrescentou o delegado regional, Marcelo Arigony.
Donos formais da boate
Nesta quarta-feira foram ouvidas mais 14 pessoas, entre elas duas mulheres: a mãe e a irmã de Elissandro Spohr, que emprestaram o nome para a construção do contrato e são as sócias formais da Kiss. "Na verdade, elas emprestaram o nome.  A mãe inclusive era funcionária, recebia salário para trabalhar lá”, segundo o delegado Arigony.

A polícia diz ter um contrato de gaveta que é a prova da ligação de Mauro Hoffmann, um dos sócios presos, com a boate. Segundo a polícia, as sócias formais afirmaram em depoimento que ele participava ativamente do gerenciamento, inclusive tendo reuniões periódicas com os demais sócios.

"Documentos começaram a chegar, como do registro de imóveis, cartório, temos que descobrir todas as intercorrências que houve desde que aquela casa foi construída. Já temos mil páginas no inquérito", diz o delegado. Tanto a prefeitura quanto o Corpo de Bombeiros já enviaram as respostas.

A polícia espera até sexta-feira, quando vence a determinação judicial que determinou a prisão temporária de 5 dias, que tenha provas para pedir a prorrogação das prisões. “A investigação caminha para isso”, disse Arigony. “A prisão deles era imprescindível para que as investigações ocorressem sem interferências, para preservar os locais e as testemunhas”, acrescentou.

Reprodução Cidade News Itaú

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