Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (31), o delegado Marcelo Arigony, que chefia as investigações sobre o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou mais de 230 mortos na madrugada do último domingo (27), disse que se a espuma que servia como isolante acústico não existisse, "talvez o foco do incêndio seria menor".
A espuma ficava entre o isolamento e a fibra de vidro para melhorar a acústica do local. "No local onde não tinha espuma, praticamente não queimou", disse.
Arigony contou que a espuma estava, principalmente, perto do palco e que, mais ou menos um terço da boate, tinha o tal revestimento. Ele disse que a Polícia Civil do Rio Grande do Sul ainda não sabe como ela foi instalada, quando, nem por quem, e tudo isso será objeto de investigação.
Nesta sexta-feira (1º), engenheiros do Crea-RS (Conselho Regional de Engenheria e Arquitetura do Rio Grande do Sul) farão uma nova inspeção na boate.
O delegado Gabriel Zanella, que também está à frente da investigação, disse que um sócio da empresa Hidramix foi ouvido hoje pela polícia como testemunha.
Zanella salientou que o sócio disse que a empresa não faz projetos de prevenção de incêndio, e somente vende materiais de prevenção. Em depoimento, ele contou que vendeu e instalou para a boate uma barra antipânico nas portas.
A Hidramix tem como sócios bombeiros, um é aposentado, outro está na ativa e foi quem prestou depoimento hoje. Segundo a polícia, que não revelou o nome da testemunha, ele não trabalha na fiscalização, e sim no combate a incêndios. O delegado disse que pretende ouvir os outros sócios da empresa nos próximos dias.
Quanto às prisões temporárias, Arigony disse que a polícia está trabalhando para pedir a prorrogação, mas que o pedido ainda não foi feito.
Reprodução Cidade News Itaú
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