O presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), evitou nesta quinta-feira (31) comentar a situação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de denúncias e favorito a assumir a presidência da Casa. A eleição para a presidência do Senado ocorre amanhã (1º), a partir das 10h.
Indagado se achava que Renan deveria apresentar explicações antes da eleição, Sarney respondeu apenas que o nome do candidato do partido não estava fechado."Nós ainda nem reunimos a bancada para saber quem é o candidato. Como é que a gente já pode antecipar [e falar de Renan como candidato]?", disse ao UOL logo após participar da abertura de uma exposição no Senado sobre alguns dos livros importantes editados nos 15 anos do Conselho Editorial da Casa.
Os senadores do PMDB reúnem-se às 17h de hoje para decidir a indicação do partido à disputa. Apesar de ser o mais cotado para o cargo, contando com o apoio do Palácio do Planalto, da maior parte dos partidos da base, além de algumas siglas da oposição, o nome de Renan tem encontrado certa resistência interna. Em nota oficial divulgada ontem, Renan negou que haja um racha na legenda.
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) colocaram os seus nomes à disposição para concorrer e têm se articulado para lançar uma candidatura alternativa, o que deve ser definido ainda hoje.
A eleição ocorrerá em turno único e, para vencer, é preciso ter maioria dos votos (41). Só haverá nova votação se dois ou mais candidatos empatarem.
Renan deixou a cadeira em dezembro de 2007 e quase perdeu o mandato depois de ser acusado de ter despesas pessoais pagas pelo lobista de uma construtora. O dinheiro serviria para pagar o aluguel de um apartamento e a pensão da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. Renan admitiu ser amigo do lobista, mas negou ter recebido dinheiro.
Na sexta passada, a Procuradoria Geral da República enviou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Renan por ter supostamente apresentado notas fiscais frias na tentativa de justificar que possuía dinheiro suficiente para pagar essas despesas.
Reprodução Cidade News Itaú
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