Mãe de modelo morta na China descarta suicídio e pede investigação

A mãe da modelo brasileira Camila Bezerra, 22, encontrada morta na China no dia 1º, descarta a hipótese de que a jovem tenha se jogado do 14º andar do prédio onde morava com mais três amigas. Goreth Bezerra diz acreditar que algo provocou a queda da filha e pede investigações.

"Minha filha era uma menina cristã, boa, alegre, super de bem com a vida. Ela foi vítima de alguma coisa. Ninguém cai do 14º andar assim, de pijama. Ela era uma menina sã, não seria capaz de cometer loucuras. Peço que seja investigado, apurado", disse Goreth nesta quinta-feira ainda muito abalada.

A família ainda aguarda o laudo da polícia chinesa, que deve sair nos próximos dias, e o translado do corpo da jovem, que, segundo a mãe, deve ocorrer na próxima semana. Ainda abalada, Goreth tem tido problemas para dormir desde que soube da morte da filha.

Camila estava na China há cerca de seis meses, mas já tinha estado no país em outras ocasiões. Uma outra modelo brasileira, que mora no mesmo prédio e pediu para não ter o nome divulgado, afirmou que a jovem foi encontrada morta por uma colega de quarto que encontrou a janela do banheiro aberta e os produtos que estariam apoiados nela no chão.

"A colega de quarto dela acordou por volta das 9h e foi tomar banho, e foi quando ela viu a janela bem aberta, o que não é comum aqui, no inverno. Depois que viu [a Camila], ela entrou correndo aqui no meu apartamento, gritando que achava que a Camila tinha pulado da janela. Eu levantei correndo, descalça e fui ver. Era ela mesma", afirmou a amiga.

A polícia foi acionada e interditou o apartamento. A perícia esteve no apartamento e o local permanecia isolado ontem, mas ainda não havia informações sobre o andamento das investigações. As outras jovens que moravam no imóvel, duas brasileiras e uma polonesa, foram transferidas para outro apartamento.

Segundo a modelo que morava no mesmo prédio, Camila havia saído para jantar com alguns amigos na virada do ano e depois foi a uma casa noturna, onde encontrou com ela e outras colegas. Camila retornou para o apartamento com as amigas, que não perceberam nada diferente.

"Ela tinha bebido durante a festa do Ano Novo, mas nada demais. Ela estava rindo, estava engraçada. Mas sempre falando do namorado. Eles tinham brigado antes e na festa ela não quis falar com ele. Mas uma briga com o namorado não faria ela se matar", destacou a jovem.

"A Camila era uma pessoa muito centrada no trabalho. O objetivo dela aqui era trabalhar e ela trabalhava muito. Ela não saia muito para festas, era religiosa e muito ligada a família. Ninguém consegue entender", afirmou a amiga. 

Fonte: Folha de São Paulo/Cidade News Itaú