A Justiça de Ponta Grossa (103 km de Curitiba) decretou nesta sexta-feira (4) a prisão preventiva da vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT), suspeita de forjar o próprio sequestro para não votar na eleição que definiu o comando da Câmara da cidade de 317 mil habitantes.
Com isso, ela deverá permanecer detida até o fim do julgamento do processo, caso não obtenha um habeas corpus. Por ser parlamentar, ela tem direito a prisão especial, segundo o Código Penal, até que saia a decisão final do caso. Nesta sexta-feira (4), ela foi levada a um quartel do Corpo de Bombeiros da cidade.
"Tivemos acesso à decisão no fim da tarde", disse ao UOL o advogado Pablo Milanese, que cuida da defesa de Ana Maria. "O caminho legal [para buscar a liberdade provisória dela] é o pedido de habeas corpus. Vamos apresentá-lo na semana que vem, mas antes conversaremos com a família", informou.
PRESA, VEREADORA NÃO REVELA O QUE ACONTECEU EM "SEQUESTRO"
De acordo com Milanese, a vereadora ainda não apresentou sua versão para o caso. "Ela estava sedada até ontem, e ainda está muito abalada emocionalmente", justificou.
Caso irá a conselho de ética, diz PT local
Mais cedo, a comissão executiva do PT em Ponta Grossa emitiu nota oficial sobre o caso, em que afirma acompanhar "com surpresa e perplexidade os fatos, as informações veiculadas através da mídia e as declarações feitas pela Polícia Civil com respeito ao caso que envolve, entre outras pessoas, os filiados vereadora Ana Maria Branco de Holleben, Idalecio Valverde da Silva e Susicleia Rocha Valverde da Silva".
VEREADORA FUGIU DA POSSE
"As denúncias oferecidas até o momento são de extrema gravidade e agridem profundamente os ideais democráticos historicamente defendidos pelo PT. O PT de Ponta Grossa não irá se furtar às suas responsabilidades e já determinou que todo o caso seja analisado com profundidade pela sua Comissão de Ética e Disciplina. (…) Tais fatos, se confirmados, terão uma resposta condizente com a sua gravidade."
Entenda o caso
O suposto sequestro de Ana Maria foi comunicado à polícia na terça (1º) à tarde, logo após ela ser empossada no terceiro mandato como vereadora. O fato ocorreu quando ela seguia para casa, acompanhada da mãe, antes de ir para a primeira sessão da Câmara, que elegeria o presidente da casa.
"Idalécio preparou a simulação, e produziu provas, como furar os pneus e mexer no motor para impedir o funcionamento do carro que levava a vereadora. Isso foi constatado por perícia. Já Reginaldo da Silva Nascimento dirigia outro carro, que levou a vereadora, de forma que a mãe dela que a acompanhava, achasse que fosse um sequestro", falou o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, que comandou as investigações.
Nascimento está foragido e é procurado pela polícia. Na quinta, Aliel Machado (PCdoB) foi eleito presidente da Câmara de Ponta Grossa, numa eleição que terminou empatada.
Por isso, foi decretado vencedor o parlamentar que recebeu mais votos nas eleições de outubro passado. Machado fez parte da coligação que apoiou Péricles de Holleben Mello (PT), primo de Ana Maria, à prefeitura da cidade.
O petista foi derrotado por menos de 1.700 votos por Marcelo Rangel (PPS).
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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