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terça-feira, janeiro 29, 2013

"Ainda tenho medo de que algo ocorra com meu filho", diz mãe de sobrevivente


Lenir Fagundes, mãe de Handrey Fagundes, 19, que foi pisoteado e inalou gás tóxico, mas sobreviveu
Poucos dias após a tragédia que matou 234 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria (RS), os sobrevivente ainda temem pela própria vida.

Handrey Fagundes, 19, foi pisoteado e inalou gás tóxico, mas conseguiu sobreviver. Aparentemente, seu estado de saúde é bom. Apesar de arranhões e algumas dores, o jovem conversa normalmente e diz estar pronto para voltar ao trabalho. Sua mãe, no entanto, ainda teme pelo pior.

"Ele é asmático e inalou muita fumaça. Sei de casos de jovens que estavam bem e, de uma hora para outra, foram parar na UTI. Ainda tenho medo", revelou Lenir Fagundes. 

Por orientação médica, Handrey precisa ir até quinta-feira, todos os dias, até o hospital fazer exames para garantir que sua saúde continue boa. Mas, se o físico do jovem parece estar bom, o lado psicológico está bastante abalado.

"Ontem [segunda-feira], ele parecia estar bem, conversando conosco. De repente, desatou a gritar. Os vizinhos vieram até onde estávamos porque acharam que algo ruim tinha acontecido", contou Lenir.

A mãe vive em Alegrete e só conseguiu chegar a Santa Maria, onde vivem seus três filhos, na segunda-feira. "Na madrugada recebi o telefonema sobre a tragédia e me desesperei. Só fiquei um pouco mais calma quando falei com o Handrey pelo telefone. Naquele dia, queria ser um passarinho para sair voando até Santa Maria", disse.

Handrey contou que foi até a boate com um amigo. Os dois ficaram na pista por algum tempo, mas logo foram até o segundo ambiente do local. O pânico começou ainda no início da apresentação da banda Gurizada Fandangueira.

"A gente achou que era briga. Quando vimos a fumaça, percebemos que era incêndio. Quando estava já perto da porta, caí. Senti três camadas de pessoas por cima de mim. Por sorte, levantei e escapei", contou.

Da boate, o jovem foi direto ao hospital para receber os primeiros socorros. Quando chegou ao local, percebeu que não estava tão mal.

"Sentia muita dor no braço, mas, como vi pessoas em estado muito pior que o meu, comecei a ajudar", disse.

Reprodução Cidade News Itaú

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