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quarta-feira, janeiro 30, 2013

Acusado nega crime, mas afirma ter mostrado a tenente como chegar à casa da juíza em Niterói


O PM Jefferson de Araújo Miranda, um dos 11 réus no processo sobre a morte da juíza Patrícia Acioli, afirmou ter mostrado ao tenente Daniel Benitez Lopez, apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público como mentor intelectual e executor do crime, o trajeto até a residência da magistrada, em Piratininga, na região oceânica de Niterói.

No entanto, o policial militar argumentou em juízo que desconhecia "qualquer tipo de plano para matá-la", e que a indicação do caminho se deu em função de uma suposta "averiguação de conduta" do namorado da vítima, o também PM Marcelo Poubel.

De acordo com o interrogado, no dia 11 de julho de 2011 (exatamente um mês antes do crime), os policiais do batalhão de São Gonçalo (7º BPM) "ouviam comentários" sobre uma suposta agressão cometida por Poubel, que teria, segundo ele, invadido a residência da magistrada e desferido uma coronhada contra ela.

Após o fato relatado pelo réu, Benitez teria tomado a iniciativa de investigar a conduta do namorado de Acioli e solicitado a Jefferson de Araújo Miranda que o ajudasse a descobrir onde a magistrada morava.

"Eu fui para mostrar ao tenente o local e para depois ele fazer o serviço que tinha que ser feito", afirmou ele, argumentando não ter chegado, de fato, à residência da vítima, e sim somente à área de entrada do condomínio, no Jardim Imbuí.

Benitez teria utilizado seu carro pessoal para ir ao local, que havia sido comprado cerca de 30 dias antes, conforme relato do interrogado. No veículo também estavam, além de Miranda, os policiais Sérgio Costa Júnior e Handerson Lents, este último apontado pela polícia como o "informante" do grupo que seria chefiado por Benitez, supostamente a mando do ex-comandante do 7º BPM, coronel Cláudio Oliveira.

"Eu estava no lava a jato do cabo Sérgio Costa Júnior [quando o tenente entrou em contato por telefone], que em momento algum participou da conversa com o Benitez. (...) Ninguém sabia onde era a casa da juíza, se era verde, branca ou amarela. (...) O Lents também não sabia onde a juíza morava, mas sabia que era um condomínio ao lado da praia", disse.

"Ninguém nunca falou em matar a juíza. (...) Hoje eu tenho um sentimento talvez de ingenuidade, talvez de enganado, de qualquer vocabulário desse tipo. Hoje eu tenho esse sentimento. Mas eu não podia fazer nada. Ele era um oficial e não tinha nada ilícito [em referência ao fato de que o tenente Benitez iria supostamente 'averiguar a conduta' de Poubel]. Eu não sabia de nada, senão eu desligava meu telefone", declarou.

Reprodução Cidade News Itaú

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