A memória de uma sociedade é o principal alicerce de sua identidade cultural, e o acervo acumulado pelo Diário de Natal ao longo de quase 74 anos é elemento fundamental para se reconstruir uma história que começou a ser contada em 1939. Com o encerramento definitivo das atividades do periódico, a versão impressa circulou até 2 de outubro do ano passado e a página eletrônica saiu do ar no dia 16 de janeiro passado, restou a dúvida e o receio quanto ao destino do arquivo composto por fotografias, jornais e obras de arte. Informações extra-oficiais dão conta que o valor do acervo foi estimado em R$ 7 milhões, e que um contato preliminar chegou a ser feito entre a superintendência do Diário Associados (DA) no Recife e a Assembleia Legislativa do RN.
A Tribuna do Norte informa que a nova diretoria do Instituto Histórico e Geográfico já demonstrou interesse em abrigar os documentos; enquanto jornalistas de várias gerações realizaram uma primeira reunião na sede do sindicato na noite desta terça-feira (22) para discutir o assunto ao lado de representantes do Centro de Documentação da FJA e do Departamento de História da UFRN. Diante do risco do acervo ir parar em outro estado, intelectuais e instituições culturais como a Academia Norte-riograndense de Letras estão mobilizadas.
“Uma coisa é certa: será uma vergonha para o RN se esse acervo for para outro lugar“, sentenciou Valério Mesquita, presidente eleito do IHGRN. Mesquita só toma posse do cargo no mês de março, mas as articulações nos bastidores estão em andamento. “Não podemos esperar. Como o assunto voltou ao centro das atenções, instituições, gestores e iniciativa privada precisam agir para resolver esse impasse. Só vai dar certo se todos se unirem“, acredita. Ele adiantou que o IHGRN, em conjunto com a Fundação José Augusto, já formalizou pedido de audiência com a governadora Rosalba Ciarlini para tratar do tema – o encontro ainda não tem data definida. O jornalista Rubens Lemos, assessor de imprensa da AL, informou que o presidente da Casa, deputado Ricardo Motta, também deseja manter o acervo do Diário de Natal no Estado. Lemos negou que tenha havido qualquer contato com a superintendência do grupo empresarial.
“Precisamos saber em que condições podemos viabilizar essa permanência do acervo no RN, mas nossa expectativa é que haja uma doação“, admite. Rubinho adiantou que o deputado Ricardo Motta “dará atenção ao assunto e irá mobilizar governo e a classe empresarial” em torno da questão. “Esses documentos podem ser guardados tanto no Memorial Legislativo como na Biblioteca Câmara Cascudo“, acredita o jornalista.
Reprodução Cidade News Itaú via Sidney Silva
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