A polícia Civil realizou nesta quinta-feira (27), no Cemitério Municipal de Goiatuba, a 175 km de Goiânia, a exumação do corpo do cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, de 28 anos. O artista morreu no último dia 28 de outubro durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar (PM) na GO-515, entre os municípios de Panamá a Goiatuba. A polícia investiga a hipótese dele ter sido vítima de homicídio. Segundo versão da Polícia Militar (PM) na época, o cantor se envolveu em um acidente com um carro da corporação após furar um bloqueio policial na rodovia.
A exumação foi solicitada pelo delegado Gustavo Carlos, responsável pelo caso, com o objetivo de encontrar a bala que teria matado o cantor. Segundo a Polícia Civil, o projétil estava alojado na cabeça da vítima. “Na versão dois policiais, dois deles efetuaram o disparo. Porém, pela angulação somente um deles realizou o único disparo. Vamos fazer a comparação para identificar qual policial efetuou o disparo. Um exame vai determinar ainda qual era o calibre da bala”, explica o delegado.
Parentes de Bonny Júnior acompanharam a exumação do corpo e reforçaram o pedido de esclarecimento do caso. “Se não for resolvido aqui, a gente vai recorrer em Goiânia ou em Brasília. Vou até a última instância para descobrir a verdade. Quero justiça”, disse a mãe do cantor, a secretária Terezinha Luiz Vinhal, de 54 anos.
O subcomandante da Polícia Militar em Goiatuba também esteve no cemitério, mas preferiu não gravar entrevista.
Reconstituição
No último dia 13 deste mês, a Polícia Civil realizou a reconstituição da morte do sertanejo, que contou com a participação de cinco agentes da Polícia Civil, dois peritos, dois delegados que comandam a investigação e os cinco PMs suspeitos de envolvimento com a morte do artista. Durante o procedimento, o delegado Ricardo Chueire afirmou que houve alteração na cena do homicídio.
“Já está provado que a cena do crime foi alterada. Mas temos que delimitar quem o matou. Vamos comprovar de uma vez por todas a alteração do local do crime, o que provavelmente aconteceu para encobrir o homicídio”, explicou Chueire. Segundo ele, se ficar constatado o homicídio, os PMs podem ser autuados e responder por homicídio qualificado e fraude processual.
Na época do acidente, os PMs contaram que o cantor estaria fazendo manobras perigosas na cidade de Panamá e, quando percebeu a presença da polícia, teria tentado fugir para Goiatuba. De acordo com eles, uma barreira foi montada na pista para deter o músico, mas ele não teria parado e bateu no carro da polícia. Os PMs contaram também que Boni Júnior atirou contra os carros da polícia e, por isso, os militares teriam disparado contra o carro que ele conduzia.
A família da vítima contesta a versão apresentada pelos militares. “Meu filho nunca portou arma de fogo. Ele não era bandido. Era cantor, músico e intérprete. A única arma dele era o violão”, declarou ao G1 a mãe da vítima, Terezinha Luiz Vinhal.
Fonte: G1/Cidade News itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!