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sábado, dezembro 08, 2012

Óbitos entre crianças de até 10 anos caem 31%


O Brasil registrou queda nos óbitos de crianças de até 10 anos de idade por acidentes domésticos na última década. O número caiu de 868 em 2000 para 595 em 2010, o que representa redução de 31%. Dados do Ministério da Saúde revelam que as principais causas de mortes foram os riscos acidentais à respiração (como sufocação na cama, asfixia com alimentos e outros), seguidos pelos afogamentos e exposição à fumaça, ao fogo e às chamas.

Houve queda também nas internações. Em 2010, foram 11,6 mil internações de crianças por acidentes domésticos, que custaram R$ 8,2 milhões. No ano seguinte, o número de hospitalizações caiu para 10,2 mil, ao custo de R$ 6,9 milhões. Dentro da faixa etária que vai de 0 a 10 anos, as principais vítimas são os menores de 1 ano. Em 2000, foram 376 mortes em crianças dessa faixa, contra 253 em 2010.

Os riscos acidentais à respiração foram responsáveis por 348 mortes de crianças com até 10 anos em 2000, o que corresponde a 40% dos óbitos por essa causa naquele ano. Já em 2010, o número reduziu para 252, representando 42% das mortes. Os afogamentos caíram de 247 para 168 no mesmo período. As mortes decorrentes de exposição à fumaça, ao fogo e às chamas recuaram de 102 para 64 nesses dez anos.

Desde 2001, o Ministério da Saúde investe na Política Nacional de Redução da Mortalidade por Acidentes e Violências. Ao longo da última década, diversas estratégias foram desenvolvidas para a implantação dessa política. Dentre elas, está a estruturação da Rede Nacional de Prevenção da Violência e de Promoção da Saúde. Atualmente, a rede conta com mais de 800 municípios, que desenvolvem ações de vigilância, prevenção e atenção às crianças e adolescentes. Através da Portaria 22, de agosto de 2012, o Ministério da Saúde estabeleceu ainda repasse de R$ 31 milhões para ações de vigilância e prevenção de violências e acidentes.

Foi implantado também o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), com o objetivo de obter informações sobre o comportamento desses agravos, subsidiar ações de enfretamento dos determinantes e condicionantes das causas externas.  O Viva aponta 15.098 atendimentos por acidentes domésticos realizados em serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde. Deste total, 32% eram menores de 9 anos de idade, ou seja, 4.740 crianças. A pesquisa VIVA, realizada entre setembro e novembro de 2009, mostra que 57% dos atendimentos foram de meninos. Em 58% dos casos, o tipo de ocorrência eram quedas e 31% das lesões eram cortes ou lacerações.

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – Além dos investimentos na área de prevenção de acidentes, o lançamento da Rede Saúde Toda Hora, que reorganiza a Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS), resultou em atendimentos mais ágeis, contribuindo para salvar vidas. Inseridas na estratégia, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) são componentes importantes para o atendimento de acidentes domésticos.

As UPAs atendem a população 24 horas por dia, todos os dias da semana, com médicos clínicos e pediatras capacitados e qualificados para casos de emergência. Já são mais de 240 unidades espalhadas pelo país. Nos municípios onde as unidades estão em funcionamento, aproximadamente 97% dos problemas são resolvidos na própria UPA 24h, sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar, reduzindo filas.

Em casos de acidentes com materiais de limpeza, medicamentos, produtos tóxicos e outras ocorrências, o Ministério da Saúde recomenda a chamada imediata para o número 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Nessas ocorrências, o SAMU 192 orienta os procedimentos necessários para que os responsáveis realizem os primeiros socorros, enquanto é avaliada a necessidade do envio de uma ambulância.

O SAMU 192 atende o paciente onde ele estiver (na residência, no local de trabalho e na via pública). As equipes são treinadas para prestar o atendimento no menor tempo possível, o que também impacta na redução de óbitos de crianças por acidentes domésticos.

A diretora de Análise de Situação em Saúde, Déborah Malta, faz um alerta à vigilância dos pais e responsáveis. /A criança não tem o conhecimento do risco. Cabe aos adultos evitar as situações perigosas. Janelas devem ter grade ou tela. Todo o cuidado deve ser tomado ao manipular o fogão, deixando panelas ou vasilhas quentes em lugares que a criança não possa alcançar. Com materiais de limpeza a recomendação é a mesma para evitar intoxicações/, aconselha.áver.

Fonte: DN Online/Cidade News Itaú

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