Mãe levou atirador a campo de tiros dias antes do massacre na escola americana

A mãe de Adam Lanza, 20, o jovem que invadiu uma escola primária nos EUA e matou 26 pessoas na última sexta-feira (14), levou o filho mais novo para um campo de tiros dias antes do massacre. Foi o que informaram amigos da família Lanza à rede de televisão americana CNN.

Nancy Lanza, 52, era uma amante de armas. Não à toa, tinha cinco modelos dentro de sua própria casa. Ela ensinou os filhos, tanto Adam como seu irmão mais velho Ryan, a lidar com armas de fogo no intuito força-los "a ter mais responsabilidade", como afirmaram alguns amigos.

"Ela me disse que queria apresentá-los para as armas para ensinar, especialmente Adam, um senso de responsabilidade", disse um amigo de Nancy à rede de televisão NBC. "Ela era muito responsável", disse outro.

Mas Nancy Lanza acabou se tornando a primeira vítima de seu aprendiz. Antes de iniciar o ataque contra a escola Sandy Hook, Adam teria assassinado Nancy, que foi encontrada morta pela polícia na casa onde eles moravam. Com o carro dela, ele se dirigiu à escola e iniciou o ataque por volta de 9h30 (horário local) da última sexta-feira (14) em duas classes. Ao todo, 20 crianças entre seis e sete anos e outras seis funcionárias do colégio morreram.

Segundo depoimentos de familiares, Lanza era um jovem tímido que teria um "distúrbio de desenvolvimento" e herdara a paixão por armas da mãe.  "Armas exigem muito respeito e Nancy realmente usou-as como artifício de educação. Adam, inclusive, adorava ser cuidado com elas e a transformava em uma fonte de orgulho", afirmou um amigo da família Lanza.

Os amigos, que chamavam Nancy de "garota do campo", afirmaram que as armas ficavam trancadas na casa onde ela vivia sozinha com seu filho mais novo, após o divórcio e a saída de casa do filho mais velho.

Nancy Lanza foi descrita pelos amigos como uma mãe dedicada, que ficava em casa para cuidar de Adam. "Ela recentemente tinha ensinou o filho a dirigir, em mais uma iniciativa de encorajá-lo a ser mais extrovertido e escapar de sua existência isolada, dedicada na maior parte a jogos de computador violentos."

Segundo amigos da família, aos 15 anos, Adam Lanza estava "tão abalado" psicologicamente que funcionários da Newtown High School o encaminharam para um psiquiatra. A escola temia que ele pudesse prejudicar a si mesmo, mas não o consideravam um perigo para os outros.

"Naquele momento de sua vida, ele não representava nenhuma ameaça para ninguém", disse Richard Novia, ex-diretor de segurança para o distrito de educação local. "Nós estávamos preocupados com ele sendo a vítima ou que ele poderia se machucar."

O pai do suspeito diz não encontrar explicação para a ação do filho. Ele enviou suas condolências às famílias das vítimas em um comunicado divulgado no último sábado (15): "Nossa família está sofrendo junto com todos aqueles que foram afetados por esta tragédia enorme", disse ele.

Peter Lanza afirmou que a família está com "os corações partidos" e que "nenhuma palavra pode expressar" esse sentimento. "Estamos em um estado de descrença e tentando encontrar quaisquer respostas [para o ocorrido]", disse, em nome da família. Por fim, o pai adiantou que está  cooperando "plenamente" com as investigações.

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú