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domingo, dezembro 02, 2012

Dehom fecha ano investigando 38 assassinatos em pouco mais de dois meses de funcionamento

Roberto_Moura_titular_da_Dehom
Desde que foi inaugurada, no dia 21 de setembro deste ano, a Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom) tem se deparado com uma carga de trabalho muito extensa, em decorrência do grande número de crimes que vem ocorrendo nas ruas e bairros da cidade.
Especializada em investigar homicídios e atentados, os agentes da Dehom já contabilizaram 38 mortes e mais nove tentativas. Vale lembrar que os crimes investigados são referentes ao período de sua inauguração, até a última sexta-feira. "Os homicídios que já estavam sendo apurados pelas distritais, continuaram lá, competindo a nós apenas os assassinatos atentados que se sucederam depois que a Dehom foi inaugurada", explicou o delegado Roberto Moura, titular da Dehom.
Para o delegado, a carga de trabalho que vem sendo desempenhada pela sua equipe está surtindo efeito, uma vez que já foram instaurados 33 inquéritos policiais, com sete deles concluídos e enviados à Justiça. Além disso, duas pessoas foram presas, sendo uma em flagrante e outra por força de mandado judicial.
"Nosso trabalho é muito minucioso, devido estarmos lidando com crimes e, diga-se de passagem, muito deles complicados e sem testemunhas. Mas temos nos esforçado para dar conta do recado e apresentar resultados à sociedade", destacou. 
Dificuldade
Roberto Moura destacou também que o maior problema para investigar as mortes é a falta de informações da população e da própria família da vítima, que temem dizer o que sabem. "O silêncio dos familiares e da população de uma forma geral tem dificultado um pouco a elucidação de alguns assassinatos. O próprio familiar do morto muitas vezes, com medo de represália, não diz o que sabe à polícia", contou.
Ainda de acordo com o delegado, as pessoas que testemunham crimes ou tentativas não precisam se identificar para repassar informações, basta só fazer uma ligação anônima para a Dehom, que os investigadores vão verificar o fundamento e o teor da informação.
"Colocamos o nosso telefone à disposição da sociedade para que esta possa informar o que sabe e o que presenciou em um eventual crime. O nosso telefone para denúncias é o 84 3321-5172, que a população fala direto com a minha sala. Nosso horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 14h às 19h, de segunda-feira a sexta-feira", concluiu Roberto Moura.

"Problemas ligados ao tráfico de drogas em Mossoró são responsáveis por mais de 90% dos assassinatos", diz delegado
Responsável por uma série de investigações envolvendo homicídios, o delegado Roberto Moura assegura que mais de 90% dos assassinatos que ocorreram em Mossoró este ano são relacionados ao tráfico de drogas.
Para ele, as investigações sempre esbarram em pessoas ligadas diretamente ao tráfico de entorpecente, seja na zona urbana ou rural. "A grande maioria dos casos de homicídios que ocorreram em Mossoró é relacionada a problemas com drogas. Quando começamos a investigar descobrimos que a vítima era usuária ou comercializava entorpecentes. Existem alguns casos em que o homicídio foi praticado por motivos adversos ao tráfico, porém estes são minoria", destacou.
Roberto aponta que bairros como o Santo Antônio, Quixabeirinha, Barrocas e as favelas são recordistas em homicídios e apresentam um grande teor de boca de fumo, mola propulsora para desencadear os crimes.
"Outro dado que temos visto nas investigações é o grande número de viciados que estão sendo executados. Muitos deles contraíram dívidas junto a traficantes e não conseguiram pagar, tendo sido tirado de circulação", disse.
O trabalho que vem sendo desempenhado pelas polícias civil e militar de Mossoró é visto com bons olhos pelo delegado, porém ele destaca ainda que a família tem que fazer a sua parte, ocupando os jovens com estudos ou algo proveitoso para o seu futuro.
"Quando as famílias se empenharem ainda mais em colocar os jovens e adolescentes nas escolas, vamos ter menos problemas relacionados ao tráfico e consequentemente a mortes. É preciso mais pulso e determinação dos pais para tirar os filhos do mundo das drogas, que é praticamente sem volta", concluiu.

Assassinato de funcionário da "Mossoró Película"
figura como um dos mais complicados para elucidar
Segundo a equipe de investigação da Dehom, um dos homicídios mais complicados de se desvendar é o do funcionário da loja "Mossoró Películas", Flavio Martins da Silva, morto na tarde do dia 19 de outubro durante um tiroteio envolvendo duas facções em Mossoró.
"Flavinho", como era conhecido, trocava a película de um veículo quando homens armados chegaram para matar o proprietário do carro. Na ocasião, teve início um intenso tiroteio dentro da loja, resultando na morte do funcionário.
O delegado Roberto Moura descarta a hipótese de bala perdida e assegura que o funcionário foi executado por engano, com mais de 15 tiros de pistola 380.
Flávio Martins teria sido confundido com um dos integrantes do grupo pertencente ao proprietário do veículo.
"Quando os rivais do proprietário do veículo chegaram para matá-lo e começaram um intenso tiroteio, Flávio foi confundido com um dos integrantes e atingido por muitos tiros de pistola, morrendo ainda no local", explicou.
Para o delegado, as investigações em torno do caso estão apenas no início, mas as provas colhidas com os depoimentos apontam para uma antiga rivalidade entre dois grupos, mas a vítima não tinha relação com nenhum dos dois.
"O caso é um pouco emblemático, no entanto acredito que estamos no caminho certo das investigações e muito em breve vamos dar uma resposta satisfatória à sociedade, com a prisão dos envolvidos", comentou.

Fonte: O Mossoroense/Cidade News Itaú

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