"Eu tenho provas contundentes e incisivas de que estava de serviço nos dias dos crimes que estão me acusando. Tanto provas materiais, como testemunhais”.
Esta declaração é o Cabo da Polícia Militar, José Jorlânio Nunes, preso no dia 09 de fevereiro de 2012. Ele é acusado de assassinar entre 2010 e 2011 quatro homossexuais na cidade de Patos (PB), a 302 km de João Pessoa. “Até hoje eu estou preso injustamente e não tive a chance de me defender”, afirma o policial.
As vítimas foram Deleon Silva Cirilo (assassinado em agosto de 2010), Sivanildo de Morais Araújo (assassinado em outubro de 2010), José de Arimatéia da Silva (assassinado em outubro de 2011) e José Adailson Marques da Nóbrega (assassinado em dezembro de 2011).
O então delegado de Polícia Civil, Hugo Lucena, responsável pelo Inquérito Policial que apurou os assassinatos dos travestis, deu a seguinte declaração.
“Nós fizemos um levantamento junto aos travestis buscando identificar possíveis frequentadores da região onde ocorreram os crimes. E após isso nós, felizmente, conseguimos localizar um sobrevivente; ele ao descrever a tentativa de homicídio de que foi vítima, fez o reconhecimento de um dos nossos suspeitos, e com 100% de certeza afirmou que seria ele (Cabo Jorlânio) o matador dos homossexuais aqui em Patos”.
Passados dez meses recolhido ao 3º Batalhão de Polícia Militar, em Patos, o Cabo Jorlânio apresentou provas importantes que podem provar sua inocência.
“Em todas essas datas em que ocorreram esses crimes eu estava escalado na cidade de São Bento, e tenho as escalas de serviços (foto) que provam a minha inocência”, afirmou o Cabo Jorlânio.
Quanto à tentativa de homicídio contra o homossexual Edmilson dos Santos Nunes, ocorrida no dia 01 de setembro de 2011, o Cabo Jorlânio apresentou à nossa reportagem um exame de balística (foto) feita na arma dele pelo Instituto Criminalístico, em João Pessoa, que também comprova sua inocência neste crime citado pelo delegado de polícia.
O policial que vem acompanhando o processo questionou um dos pontos principais do Inquérito Policial que diz respeito as característica da moto utilizada pelo o assassino dos travesti em Patos. “Pelos depoimentos que eu já li, uma das testemunhas dos autos, que o delegado colocou como de acusação e que sobreviveu a uma tentativa de homicídio, fala que a moto utilizada pelo criminoso é uma Broz Preta, sem placa, enquanto que a minha é uma Twister Preta com placa, com lacre, tudo direitinho e encontra-se na minha casa desde que estou recolhido no 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), aqui em Patos”, revela o policial.
Nossa reportagem localizou uma testemunha chave, que dia da tentativa de homicídio contra o Edmilson dos Santos Nunes, 01 de setembro de 2011, garante que estava com o Cabo Jorlânio, neste dia, como também no dia 02, em uma das cidades da região do Sertão paraibano. Por questões de segurança não vamos revelar sua identidade.
“Eu acho isso uma injustiça muito grande que estão fazendo com ele porque nessas datas, 01 e 02 de setembro, nós estávamos em duas cidades na região do Sertão, e nós temos testemunhas disso, e o resto eu falar em juízo”, conta a testemunha.
O tenente coronel, Enéias Cunha Rolim, hoje comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar em Patos, teve o Cabo Jorlânio como um dos seus comandados quando ainda comandava o Batalhão de Polícia de Catolé do Rocha e Companhia de Polícia da cidade de São Bento. O comandante diz como foi a convivência com o militar. “Eu tive uma convivência de aproximadamente sete anos com o Cabo Jorlânio quando comandava o Batalhão da Polícia Militar em Catolé do Rocha e a CIA da cidade São Bento, e o policial sempre demonstrou um trabalho devotado na segurança pública, cumpridor de seus deveres, chegava sempre no horário cumprindo sua escala de serviço, uma pessoa que demonstrava muita seriedade no seu trabalho e que sempre foi merecedor de confiança por parte do comando”, disse Cunha Rolim.
O Capitão Douglas, comandante da Companhia de Polícia da cidade de São Bento, e se disse surpreso com a prisão do militar.
“Eu cheguei pra trabalhar na 2ª CIA com sede em São Bento, que pertence ao Batalhão de Catolè do Rocha, em 2010. Quando lá cheguei já encontrei o Cabo Jorlânio fazendo parte do nosso efetivo. Convivemos esse tempo todo e o Cabo Jorlânio sempre se mostrou ser um excepcional policial cumpridor de suas obrigações”, finalizou Capitão Douglas.
Vendo o processo parado a família do Cabor Jorlânio constituiu novo advogado para defendê-lo dos crimes já citados na reportagem. O advogado Capitão Carlos que assumiu a defesa explicou porque o policial continua preso. “Naquele momento provas não existiam nos autos que viessem corresponder a expectativa do Ministério Público (MP). Eu ao assumir a defesa do Cabo Jorlânio verifiquei que nos autos já existem provas suficientes para a Justiça colocá-lo em liberdade”, garantiu Capitão Carlos.
Fonte: Rádio Sertão AM/Cidade News Itaú
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