Menos de 24 horas após a soltura de Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira, o Ministério Público Federal em Goiás fez novo pedido de prisão preventiva do empresário. A Procuradoria apresentou nova denúncia à Justiça contra ele e mais 16 pessoas.
Além de Cachoeira, o Ministério Público pede prisão de mais cinco pessoas --entre elas Lenine Araújo, apontado como braço-direito de Cachoeira. A Justiça ainda não julgou o pedido de prisão, mas já determinou o recolhimento de passaportes de Cachoeira e proibiu sua ida ao exterior.
A denúncia foi apresentada no dia 14 de novembro e trata do crime de depósito e exploração comercial de caça-níqueis compostas por equipamentos eletrônicos contrabandeados. Assim como a primeira, a nova denúncia é fruto da operação Monte Carlo, da Polícia Federal --deflagrada em fevereiro e que levou Cachoeira à prisão.
Segundo o Ministério Público, os procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira optaram por dividir os "diversos fatos criminosos" da operação em distintas denúncias.
Na primeira denúncia, foram acusadas 80 pessoas (incluindo policiais militares, civis e federais) por formação de quadrilha armada, corrupção, peculato e violação de sigilo.
Segundo a Procuradoria, o intervalo entre a primeira (ocorrida em 19 de março) e a segunda denúncia ocorreu por conta das conclusões dos laudos periciais nos equipamentos caça-níquel apreendidos.
Os laudos indicam que as "máquinas examinadas apresentavam componentes de origem estrangeiras e tratavam-se de máquinas do tipo caça-níquel". As peças têm origem na China, Taiwan, Malásia, Filipinas, Costa Rica e Coreia do Sul.
Além de Cachoeira e Lenine, foram denunciados Geovani Pereira e José Olímpio de Queiroga, entre outros.
Para a Procuradoria, o grupo se organizava para exploração "cartelizada" dos jogos de azar em regiões distintas em Goiás e em Brasília. O Ministério Público sustenta que, só no período de janeiro a setembro de 2011, o grupo arrecadou mais de R$ 11 milhões.
"Todos os denunciados, conjuntamente, exerciam a atividade criminosa em forma empresarial, com divisão de tarefas claras, não obstante cada qual atuasse com preponderância em determinada área da atividade criminosa", concluíram os procuradores da República Daniel Salgado e Lea Batista.
O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, disse não ter tomado conhecimento da nova denúncia.
Fonte: Folha de São Paulo/Cidade News Itaú
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