A conquista de duas medalhas olímpicas para o Brasil no boxe, encerrando um jejum de 44 anos, fez da família Falcão um sucesso no país, seja pelos resultados de Esquiva e Yamaguchi ou pelo folclore em torno do pai deles, o veterano lutador Touro Moreno. O assédio pós-Londres foi tão grande que os capixabas foram parar recentemente no programa Caldeirão do Huck, da TV Globo. Na atração, eles ganharam uma nova casa para o clã no quadro "Lar Doce Lar". A obra foi finalizada, mas um detalhe ainda incomoda a trupe de pugilistas: a falta de uma academia para as aulas de boxe.
O pai do clã, Touro Moreno, já havia comentado em entrevista à ESPN Brasil sobre a importância de uma academia para poder ensinar seus alunos, e os medalhistas explicaram o pedido.
A família mora em Jacaraípe, no Espírito Santo, e a casa modesta em que viviam foi demolida pelo programa para a construção de uma nova - a entrega aconteceu em 20 de setembro e foi ao ar na atração de Luciano Huck em 13 de outubro. Mesmo agradecidos pela oportunidade, o fato de a parte esportiva da residência ter ganho apenas um ringue descoberto deixou um sentimento de algo a ser concluído.
"Eles fizeram um ringue, mas está ao ar livre e não dá para ele (Touro Moreno) dar aula", explicou Esquiva, medalhista de prata em Londres-2012, em visita ao UOL na última quarta-feira.
Yamaguchi, que voltou das Olimpíadas com um bronze, deixa claro que a iniciativa foi importante, mas admite que o pai Touro Moreno esperava um pouco mais. "Meu pai ficou bravo com eles. Fizeram a casa e não fizeram a academia. Mas mesmo assim agradecemos ao Luciano. Não foi uma casa, foi 'a casa'", completou o irmão mais velho, lembrando que o programa global mobilizou a cidade capixaba e atraiu cerca de três mil pessoas no ato da entrega.
Irmãos Falcão
Para Esquiva, o fato de o "Lar Doce Lar" ter um foco específico em reconstruir casas deixou esta 'lacuna' no projeto, mas o medalhista de prata lembrou que, além do ringue, a família também ganhou materiais esportivos, como luvas e sacos de areia.
O UOL Esporte procurou a assessoria do programa Caldeirão do Huck, que explicou: "Todos os compromissos firmados pelo quadro ‘Lar Doce Lar’ com os participantes foram cumpridos. E além da reforma da casa, os participantes receberam também um novo ringue e equipamentos oficias de boxe."
Agora, os capixabas estudam ampliar a obra, com uma cobertura. "Queremos fazer um projeto, levar nas empresas, para nos ajudarem a construir um galpão e o meu pai conseguir dar aula", contou Esquiva. A obra seria em torno do ringue, para que Touro Moreno siga orientando jovens pugilistas do lado de sua casa - algo que já fazia a céu aberto, na antiga estrutura.
FAMA SEM PATROCÍNIOS
"A gente ficou famoso pelas medalhas e pela casa", afirma Esquiva Falcão. Para o medalhista de prata, tanto quanto as conquistas em Londres, a aparição no programa de Luciano Huck foi outro ponto que selou a notoriedade da família para o Brasil, na volta da Olimpíada.
Apesar disso, a fama não se traduziu em novas oportunidades no âmbito do esporte. Os irmãos tem patrocínio da Petrobras, por meio da Confederação Brasileira de Boxe, mas mesmo com o fim do jejum para o pugilismo verde-amarelo, não foram procurados para fechar novos contratos.
"A única coisa que a gente ganhou foi a casa. Mas ninguém mais veio procurar", admite Esquiva, que apesar disso mantém o foco no Rio-2016 e descarta a transição para o MMA neste momento. Yamaguchi, por sua vez, diz que não teria problema em mudar de modalidade, desde que receba boas propostas para isso.
Os Falcão seguem de férias - "merecidas", clama Yamaguchi -, e só voltam aos treino em janeiro de 2013. O foco na temporada será a disputa do Mundial, no Cazaquistão, em outubro.
Fonte: Uol Esporte/Cidade News Itaú
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