Após rumores de um possível cessar-fogo entre Israel e Palestina, previsto ainda para esta terça-feira (20), o líder sênior do grupo palestino, Hamas Ezzat al-Rishq, informou no final da tarde de hoje que os esforços do Egito para o acordo de trégua foram temporariamente suspensos por falta de resposta do governo israelense.
"O lado israelense ainda não respondeu, então não vamos realizar uma coletiva (de imprensa) nesta noite e precisamos esperar até amanhã", disse al-Rishq à agência Reuters. "A trégua está suspensa porque estamos esperando Israel responder", acrescentou ele em uma breve entrevista pelo telefone.
Segundo al-Rishq, não se chegou a um acordo até agora e "talvez não se possa conseguir um acordo esta noite". Ele afirma que todas as opções estão abertas e acrescenta: "nosso povo e a resistência estão preparados para todas as probabilidades". O anúncío de uma possível trégua será feito presidência egípcia, como o membro do Hamas adiantou.
Em sua conta no Twitter, Rishq censurou declarações prévias a respeito de uma possível trégua, ao advertir que elas são "irresponsáveis". Nessa mesma linha, o responsável pelas Relações Exteriores do Hamas, Osama Hamedan, disse ao canal de televisão "Al Jazeera" que por enquanto não há acordo e que seu grupo segue aberto a qualquer alternativa.
"Insistimos na cessação dos assassinatos e no fim do bloqueio", destacou Hamedan, que acusou o governo israelense de distorcer a informação que apareceu sobre a trégua. Ontem, outro líder do Hamas, Khaled Meshaal, disse no Cairo (Egito) que foi Israel que pediu a trégua dos combates, e não o grupo palestino. A informação não foi confirmada por Israel.
A previsão inicial era de que o cessar-fogo entrasse em vigor a partir da 0h de quarta-feira (21, horário local), segundo o grupo Hamas. A informação também foi confirmada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu, em um dia marcado pelas visitas diplomáticas que tentaram convencer as partes para parar os ataques mútuos.
Mas o possível acordo de paz foi negado por Israel, que disse apenas que as negociações estavam "próximas". E, segundo o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, Israel aceitaria uma solução de longo prazo por vias diplomáticas ao conflito com o Hamas caso houvesse uma proposta do outro lado.
A polêmica ganhou repercussão horas depois de o presidente egípcio, Mohamed Mursi, garantir que "a farsa da agressão israelense contra Gaza" iria acabar. O Egito tenta restabelecer a calma na faixa de Gaza, sob o controle de Hamas, em meio à escalada iniciada há sete dias.
O presidente israelense, Shimon Peres, disse ser uma "agradável surpresa", apesar de "necessária para o Oriente Médio", o papel desempenhado pelo Egito e seu chefe de Estado, Mohammed Mursi, para deter a escalada de violência na região.
Peres louvou o "esforço construtivo" desempenhado pelo país vizinho e por Mursi, em contraste com o do Irã, que "está empurrando na outra direção".
Ataques em expansão
Enquanto o grupo palestino e o governo israelense não entram em um acordo, os ataques simultâneos continuam, como nos seis dias anteriores da operação "Pilar Defensivo", iniciada com o "assassinato seletivo" do líder do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari.
Os bombardeios israelenses em Gaza nesta terça-feira (20) elevaram para cerca de 130 o número de palestinos mortos, sendo mais da metade deles civis. O número de feridos superam os 900, segundo fontes palestinas.
Entre as vítimas mortais de hoje estão dois cinegrafistas da "Al-Aqsa", canal por satélite do Hamas. A emissora confirmou morte de seus operadores de câmera, Mohammed al Kumi e Hussam Salama, por um míssil lançado por um avião não-tripulado israelense contra o carro no qual circulavam pelo campo de refugiados de Shati.
Em Israel, um soldado do governo morreu em um kibutz próximo a Gaza por causa de um foguete disparado por milícias palestinas, o que elevou para quatro o número de israelenses mortos desde que começou a "Pilar Defensivo" - os outros três eram civis. O soldado de 18 anos foi identificado como Yosef Fartuk, informou o Exército em um comunicado.
Em Jerusalém soaram hoje as sirenes antiaéreas pela segunda vez desde o início das hostilidades, algo que não tinha acontecido até então desde 1991, quando o então presidente iraquiano, Saddam Hussein, lançou mísseis Scud contra Israel em represália pelo início da Guerra do Golfo.
O projétil atingiu a região de Gush EtZion, assentamento judaico no território palestino da Cisjordânia, cerca de cinco quilômetros ao sul da cidade santa, informaram à Efe fontes policiais israelenses.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!