O estudante de Direito preso na noite desta quarta-feira (21) na Região Metropolitana de Natal, confessou à equipe de agentes de Polícia Civil da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Parnamirim que estuprou duas mulheres. O número de vítimas, porém, poderá ser três vezes maior do que o admitido pelo estudante de Direito Rodrigo César da Silva Costa, de 28 anos.
"Até agora, confirmamos o crime contra quatro mulheres. O número poderá ser maior. Estamos identificando mais duas vítimas do Rodrigo César e esperamos confirmar em breve", afirmou o chefe de investigação da Deam, Adonis de Azevedo. Na manhã desta quinta-feira (22), Rodrigo César da Silva Costa foi conduzido ao prédio da Deam, em Parnamirim, e permanceu calado, sem responder nenhuma das perguntas feitas pela imprensa.
Rodrigo balbuciou algumas palavras ao seu padrasto, quando este o questionou o que ele tinha feito. Entretanto, o conteúdo do diálogo foi inaudível. O pai do acusado, Francisco de Assis da Costa, também compareceu à delegacia na manhã desta terça-feira.
Abordado pela imprensa ele negou, num primeiro momento, ser pai de Rodrigo César, alegando que tinha ido à delegacia resolver outro problema. Entretanto, recuou e assumiu a paternidade e se disse surpreso com o ocorrido, afirmando que não criou o "filho para aquilo".
A prisão
De acordo com Adonis de Azevedo, a prisão em flagrante de Rodrigo oconteceu por volta das 21h30 desta quarta-feira (21). "Nós ficamos treze dias de campana no mato esperando a hora do flagrante", afirmou o chefe de investigações da Deam. Conforme esclareceu, as investigações começaram no final de outubro, quando uma das vítimas procurou a polícia relatando o estupro e as características da ação criminosa.
As investigações constataram que todos os estupros praticados por Rodrigo César ocorriam de forma semelhante. A bordo de uma motocicleta preta modelo Factor 125 cilindradas (placas NOE 5459 - Parnamirim/RN), o universitário abordava as vítimas em pontos de ônibus ou nas proximidades de passarelas. "Ele anunciava um assalto, dizia que estava fugindo da polícia e obrigava sua vítima a subir na garupa da moto", revelou o policial, acrescentando que Rodrigo andava sempre com um capacete extra e ainda mandava que as mulheres colocassam uma mochila nas costas, para disfarçar a situação. "Um dos capacetes, inclusive, é pintado na cor rosa", complementou Adonis.
O local escolhido por Rodrigo César para abusar sexualmente das vítimas, cujas idades variavam de 20 a 32 anos, fica num matagal às margens de uma estrada pouco movimentada nas proximidades do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim.
A Polícia Civil suspeita que Rodrigo conhecia bem o local em decorrência das suas práticas militares enquanto serviu, por quatro anos, à Aeronáutica, que usa a área para treinamento de soldados. Rodrigo César, no momento da prisão em flagrante portava um moletom azul utilizado pelos soldados da Força Aérea Brasileira (FAB).
"Os crimes eram sempre praticados no mesmo local e no mesmo horário", comentou Adonis de Azevedo. Outra particularidade relacionada a este caso, é a de que os estupros ocorriam sempre em feriados ou finais de semana, com um intervalo de tempo entre um e outro de até sete dias. A polícia acredita que isto é decorrente do fato de Rodrigo trabalhar durante o dia como porteiro em um edifício empresarial na Av. Prudente de Morais, em Natal, e, à noite, cursar Direito numa faculdade particular.
Dentro da mochila portada pelo acusado, continha um livro intitulado 'Coletânea Básica Penal', cujo artigo 213 discorre sobre o crime de estupro. Além do exemplar, a Polícia Civil encontrou um lençol, usado para forrar o chão do matagal; uma faca, que era apontada para as vítimas durante o ato sexual; algumas peças de roupas como calça e camisa; um celular e algumas camisinhas. Conforme relatos das vítimas à Polícia Civil, os estupros eram praticados sem o uso do preservativo.
O chefe de investigações da Deam detalhou que a prisão em flagrante de Rodrigo César ocorreu no momento em que ele se preparava para fazer mais uma vítima. Ele, inclusive, desconfiou da presença da polícia no local do crime, mas não houve tempo para fuga. "Nós ficamos na expectativa e vimos ele se aproximando na moto. O reconhecemos pelas características descritas pelas vítimas, que era a viseira do capacete quebrada. Além disso, ouvimos o choro da mulher. Ela chorava muito", relembrou Adonis de Azevedo.
Após a prisão, a Polícia Civil colheu o depoimento da vítima e do acusado. Rodrigo César foi conduzido a uma unidade prisional em Parnamirim, na qual passou a madrugada desta quinta-feira. Adonis de Azevedo confirmou que o acusado será encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Pirangi, em Natal, no qual a Coordenação de Administração Penitenciária (Coape) faz a triagem para conduzir o detido para uma unidade prisional. Os depoimentos das vítimas continuarão a ser colhidos ao longo desta quinta e sexta-feira (23).
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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