O goleiro Bruno Souza teria confidenciado a advogados de defesa ter se sentido “decepcionado” logo após saber do depoimento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no qual ele assumiu em juízo ter levado Eliza Samudio, a mando do goleiro Bruno, para ela supostamente ser morta em Minas Gerais.
Nesta semana, o estado de espírito do jogador, acusado de ser o mandante do assassinato da ex-amante, teria mudado para “preocupado” com os possíveis desdobramentos da declaração do ex-braço direito. A informação é do advogado Lúcio Adolfo da Silva, que assumiu recentemente a defesa do jogador.
Segundo Silva, um dos advogados de sua equipe esteve nesta semana com o goleiro, confinado há mais de dois anos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Foi quando Bruno manifestou sua preocupação.
O advogado, no entanto, afirmou que, depois de o goleiro ser exposto às argumentações do colega sobre a linha de defesa que será apresentada, ele teria se acalmado. A estratégia não foi revelada por Silva, ao afirmar ter adotado uma postura de redução da exposição midiática do caso.
“Nós explicamos a ele (Bruno) que o julgamento dele não tem nada a ver com o do Macarrão. O do Macarrão não interfere diretamente no resultado do julgamento do Bruno. Eu vi com outros olhos. Foi uma negociata entre o promotor e a defesa para extrair uma confissão”, disse Silva.
Macarrão foi condenado na semana passada, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, a 15 anos de prisão, em regime fechado, por envolvimento na morte de Eliza Samudio. Para a Justiça, não há mais que se falar em desaparecimento da moça. Na mesma sessão, a ex-amante do goleiro Fernanda Castro foi condenada a cinco anos em regime aberto.
O UOL Não conseguiu contato com Leonardo Diniz, advogado de Macarrão.
"Agora a vaca atolou"
Lúcio Adolfo Silva rebateu Rui Pimenta, ex-advogado do seu cliente, que disse nesta quarta-feira (28) ao UOL a frase “agora a vaca atolou”, aludindo ao depoimento de Luiz Henrique Romão e prevendo pena entre 20 e 25 anos para o goleiro, após as declarações de Macarrão, consideradas por ele como provas que até então não existiam no processo.
“Eu respeito a opinião dos colegas, mas não achei isso bonito da parte dele. Ele se esquece de que é o advogado do Bruno em um habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a soltura do jogador. Como ele espera obter sucesso nisso se dá uma declaração dessas. Quem deu o tiro no pé foi ele”, disse Silva.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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