Marcos Garcia
Promotores e delegados durante a coletiva de ontem: objetivo era atacar o lado financeiro
A Câmara Municipal de Assú estava sendo utilizada para financiar as ações criminosas do grupo que supostamente seria chefiado pelo vereador eleito Odelmo Moura Rodrigues, ex-presidente da Casa. Ontem, o Ministério Público Estadual e as polícias Civil e Militar realizaram nova operação contra o grupo. Dessa vez, a intenção era atacar a parte financeira da organização, que se mantinha a partir de desvios de dinheiro público, com o uso de empresas falsas e outros.
A operação de ontem, batizada como “Carranca”, é a continuidade de um outro trabalho que já vem sendo realizado há quase um ano e resultou na operação “Mal-assombro”, deflagrada em junho do ano passado. Esta havia resultado na prisão de Odelmo e outras dez pessoas, todas investigadas por crimes de pistolagem no Vale do Açu. No trabalho de ontem, os policiais e promotores cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Outras duas pessoas tiveram a prisão decretada, mas não foram localizadas. Um dos presos é a esposa de Odelmo Rodrigues.
Segundo o delegado Odilon Teodósio, da Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), Livoneide Lucas da Silva teria participação nas fraudes que a quadrilha realizava visando desviar dinheiro público a partir da Câmara dos Vereadores de Assú, bem como de outros municípios daquela região do estado. O outro preso foi apontado pelo delegado como o braço direito de Odelmo nas fraudes, identificado como Cleilton Fernandes de Farias, proprietário da CF de Farias Transportes Ltda, que teria participado de um processo fraudulento para reformar a sede do Poder Legislativo local.
O MP solicitou as quatro ordens de prisão temporária e mais 16 mandados de busca e apreensão para vasculhar casas e locais de trabalho dos investigados. A operação foi deflagrada simultaneamente em Assú e Natal. Antes mesmo da realização dessa nova fase, a investigação já havia encontrado indícios de uma série de irregularidades, como a contratação de empresas para realizar serviços públicos sem o devido processo de licitação, a utilização de “laranjas” e outros.
Segundo o promotor Leonardo Cartaxo, membro do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO), além de autorizar a operação, a Justiça também adotou medidas específicas contra Odelmo, que continua preso no quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Natal. Ele foi reeleito nessa última eleição para vereador, sendo o candidato mais votado, e não pode exercer qualquer ato ligado à função. A justiça proibiu até que ele entre nas dependências da Câmara enquanto a investigação durar.
Odelmo Rodrigues agora é investigado também por crimes contra o patrimônio público (relativo a fraudes em licitações públicas), formação de quadrilha, falsidade ideológica e a utilização dos chamados laranjas para responder pelas suas empresas. Como presidente da Câmara, Odelmo contratava suas próprias empresas para a prestação de serviço, no entanto, usava nome de terceiros.
Atualmente Odelmo Rodrigues encontra-se preso no Quartel da Polícia Militar, em Natal, em razão de seu envolvimento com grupos de pistolagem na região. Ele já tentou diversos recursos judiciais para tentar responder o processo em liberdade, mas não obteve autorização judicial e continua preso. Além dele, mais 10 foram presos na outra operação.
Fonte: Defato/Cidade News Itaú
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