Há nove meses não chove em boa parte do interior do Rio Grande do Norte. Para o governo, esta é a pior estiagem dos últimos 30 anos no estado. E neste mês de outubro, a situação é ainda mais crítica. Segundo os meteorologistas, outubro é o mês mais quente do ano. Na tentativa de salvar os animais, o sertanejo vem adotando medidas extremas. Em Pendências, município do Oeste potiguar, pedras de sal e farelo de milho misturado em baldes d'água são as únicas fontes de alimento para as criações.
Como o farelo não é suficiente para todo o rebanho, o jeito é misturar a raspa de milho - o pouco que sobrou da plantação do ano passado - com água. Isso faz a ração render um pouco mais. Para forçar os animais a se alimentarem do caldo, as pedras de sal se tornam a solução. Eles lambem as pedras e ficam com mais sede. E, em busca d'água, o caldo de farelo acaba se tornando a salvação.
É desse jeito que o criador Magno Moura tenta livrar a criação da morte. Ou, pelo menos, manter o gado que resta de pé. "Nunca vi coisa tão cruel. Tudo que consegui ao longo dos anos está se acabando", lamentou.
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"Lutei. Sou um homem trabalhador, mas numa hora dessas a tristeza é profunda. Ninguém pode analisar a dor de um nordestino que perde seus animais. É duro demais. Só quem está aqui, no dia a dia, vendo eles morrendo aos poucos, sabe", acrescentou o criador, segurando o choro.
De acordo com o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Rio Grande do Norte, João Lúcio da Silva, até a próxima quarta-feira (17) o estado deve receber 25 mil toneladas de milho.
Os grãos serão distribuídos em Natal, Currais Novos e na região do Vale do Açu. Para o dia 19, ele também espera a chegada de mais 30 mil toneladas, que serão distribuídas para os demais municípios.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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