Os dois suspeitos que foram presos armados nas proximidades da agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) na tarde de terça-feira passada, em Janduís, serão investigados pela Polícia Federal. A suspeita é que a dupla esteja envolvida em outros crimes dessa natureza que têm ocorrido com frequência na região Oeste do Rio Grande do Norte. Em dois anos, os Correios de Janduís foram roubados cinco vezes. Com essa ação, a polícia evitou o 6º caso.
A dupla presa foi identificada como Francisco Wrbano de Oliveira, 23 anos, e Francisco Erisberto da Silva, 30, ambos naturais e residentes em Patu, cidade distante 30,8km do local onde foram capturados. Os dois estavam com um revólver calibre 38 carregado, mais seis munições e um capuz preto. A dupla estava em uma motocicleta. A prisão foi feita pela equipe da delegada Taís Aires, que responde pela Polícia Civil em Janduís. De acordo com ela, ambos já enfrentaram problemas com a Justiça. Como não chegaram a tentar o roubo, foram presos apenas por portar ilegalmente a arma.
Wrbano respondeu a dois processos enquanto adolescente e agora é investigado pela Polícia Civil de Patu sob suspeita de participação em uma tentativa de homicídio. O outro, Francisco Erisberto, responde processo por furto e é investigado sob suspeita de envolvimento com o tráfico de entorpecentes na cidade. A casa dele, aliás, era um dos alvos dos policiais que participaram da operação Serra Limpa, que foi realizada em setembro deste ano e resultou na prisão de cinco pessoas, além de um adolescente que foi apreendido. Procuravam drogas, mas acharam apenas objetos roubados.
Segundo a delegada Taís Aires, os dois negaram que pretendiam roubar a agência dos Correios de Janduís, que foi alvo de ação semelhante há menos de três meses – nesta, o crime foi consumado. Um deles disse que foi convidado pelo comparsa, que por sua vez, afirmou que teria ido à cidade para matar um desafe-to. “A gente acredita que eles vieram realmente para praticar o roubo. Não acreditamos nessa versão que eles apresentaram”, destaca a delegada, que tem sua suspeita reforçada pelo comportamento dos dois suspeitos. Chegaram ao mu-nicípio perguntando pelos Correios local.
Medo da população foi decisivo para a ação rápida da polícia
A prisão dos dois suspeitos só foi possível graças à desconfiança da própria população, que vive amedrontada com os constantes ataques que são promovidos por grupos armados. Em abril deste ano, uma quadrilha armada com escopetas calibre 12, revólveres e pistolas invadiu a cidade e fez um verdadeiro arrastão, relembrando a época do Cangaço.
Em 14 meses, a agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) foi roubada cinco vezes, despontando como uma das “preferidas” pelos assaltantes em todo o Rio Grande do Norte. Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (SINTEC). A liderança em roubos fica com a cidade de Ipanguaçu, que fica na região Vale do Açu e que já foi assaltada oito vezes.
Os moradores de Janduís, ainda assustados com o terror promovido pela quadrilha que invadiu a cidade com armas de pequeno e médio porte, logo perceberam algo de errado com aquela dupla de motoqueiros.
Os dois chegaram na moto perguntando sobre a localização dos Correios e sobre os comércios locais. Amedrontados, os moradores ligaram para a polícia. A equipe da Civil da cidade foi à procura dos suspeitos e prendeu os dois.
A delegada Taís Aires fez o procedimento devido ao porte ilegal da arma de fogo, autuando os dois. A investigação dos roubos aos Correios é de competência da Polícia Federal, que deverá apurar o envolvimento dos dois com os últimos ataques ocorridos na região Oeste.
Bando invadiu a cidade e desdenhou da segurança local
No arrastão ocorrido em abril deste ano, os bandidos demonstraram extrema ousadia. A quadrilha foi direto para um pequeno supermercado, onde roubaram consumidores e o dinheiro do caixa. De lá seguiram para o terminal de autoatendimento do banco Bradesco, onde pegaram uma quantia maior em dinheiro.
De lá, a quadrilha foi para um outro supermercado da cidade, onde funciona um posto da Caixa Econômica Federal. Roubaram o dinheiro do banco, dos clientes e do estabelecimento comercial. Após roubar dois correspondentes bancários e dois supermercados, a quadrilha ainda seguiu para a agência local dos Correios.
No momento da invasão, a segurança de aproximadamente 5.500 pessoas era feita por dois policiais militares. Os bandidos efetuaram uma série de disparos no momento que entravam na cidade e também quando fugiam, após fazer o arrastão.
Os únicos dois policiais militares que estavam no município naquele dia ficaram trancados dentro do prédio do Destacamento da Polícia Militar. Na época, não havia policiais civis lotados no município. Hoje há uma equipe formada por uma delegada e dois agentes.
Na saída da cidade, a quadrilha saiu e efetuou tiros para cima e ainda gritou várias vezes “quem manda aqui é nóis (sic)”, numa clara alusão à pequena força policial que existia na cidade naquele momento.
Fonte: Defato/Cidade News Itaú
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