O número de pessoas assassinadas em Mossoró vem se mantendo inferior ao registro dos anos anteriores, que obtiveram os piores resultados da história do município. No entanto, os últimos três meses têm apresentado um leve crescimento na escala das mortes. A polícia havia conseguido os menores índices em maio e junho (seis em cada). Desde então, a quantidade vem aumentando (chegou a dez). A Polícia Militar atribui esse pequeno aumento à volta de bandidos às ruas com permissão judicial.
A Polícia Militar divulgou recentemente estatísticas dos homicídios registrados nos nove primeiros meses de 2012, comparando com o mesmo período dos anos de 2011 e 2010. O gráfico dos assassinatos mostra que o ano em curso começa bem melhor em relação aos períodos comparados (os piores da história local), chegando a 11 homicídios no mês de fevereiro, sendo o pico maior da escala. Maio e junho são os menos violentos, com seis mortes cada. Depois disso, os registros vão crescendo, chegando a dez mortes no mês de agosto. Após junho, o gráfico segue em linha ascendente.
Para o tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, comandante do II Batalhão de Polícia Militar, esse pequeno crescimento que vem se desenhando no segundo semestre era até previsível. Ele “culpa” esse aumento da violência à volta de pessoas que haviam sido presas no fim do ano passado e início deste ano, supostamente envolvidas com crimes de homicídio e outros. Na opinião dele, esse pessoal obteve autorização judicial para voltar às ruas, conforme prevê a Lei de Execuções Penais (LEP), e isso influenciou na violência.
Alvibá argumenta que muitos desses supostos criminosos voltaram a cometer as mesmas infrações penais e, por isso, as estatísticas progrediram. Para reforçar sua ideia, cita o nome de pelo menos cinco criminosos que haviam sido presos em operações da PM e alguns deles, inclusive, foram mortos e agora fazem parte dessa estatística que foi produzida pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP) de Mossoró, que registra todas as ocorrências da área de segurança na região.
“Quando fizemos as prisões de pessoas envolvidas com homicídios, a redução foi gritante. Essas pessoas passaram alguns dias presas, mas voltaram depois às ruas”, lamenta o comandante do mais importante batalhão da PM do interior do Rio Grande do Norte, ressaltando a importância do papel investigativo para poder recolocar essas pessoas na prisão.
Neste caso, a responsabilidade recai para a Polícia Civil, que é a responsável pelo processo investigativo dos crimes. O delegado Roberto Moura, da Especializada em Homicídios (DEHOM), foi procurado pela reportagem para comentar os números, mas pediu para não participar. Disse que a DP está na fase inicial e que desconhece a origem dos levantamentos divulgados pela Polícia Militar.
Desde a inauguração da Dehom, há pouco mais de um mês, ele afirma que já foram contabilizados 18 homicídios. “Não é a hora de fazermos afirmações”, disse Roberto Moura.
Fonte: Defato/Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!