A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que foi baleada na cabeça pelo Talibã no último dia por fazer críticas ao movimento insurgente em seu blog, receberá tratamento médico na Grã-Bretanha.
A informação foi divulgada pelo Exército do Paquistão. Os militares disseram que a garota, de 14 anos, precisa fazer um tratamento longo. O tratamento na Grã-Bretanha será patrocinado pelo governo dos Emirados Árabes.
O comunicado do exército paquistanês informou que a decisão de transferência foi adotada em conjunto com a família de Malala e que a jovem está fora de perigo e se recupera de maneira estável.
A menina estava em um hospital militar na cidade de Rawalpindi, ao sul de Islamabad, para onde foi transferida após a extração de uma bala hospedada no pescoço, perto da medula espinhal. Segundo os médicos, o ritmo de recuperação nos próximos dias será crucial para determinar suas chances de sobrevivência e de possíveis sequelas.
A transferência aconteceu depois que a família real dos Emirados Árabes enviou um avião-ambulância a Islamabad para levar Malala ao exterior, a fim de que prosseguisse sua reabilitação.
Malala Yousafzai relatava em seu blog as dificuldades de viver em uma região sob forte influência do Talibã. O movimento insurgente disse que a menina promove o "secularismo", e prometeu atacá-la novamente, caso ela sobreviva.
Ataque
A jovem, atacada no último dia 9 perto de sua casa em Swat, norte do Paquistão, adquiriu notoriedade há três anos, após explicar em um blog as atrocidades cometidas pelos talebãs paquistaneses, que proíbem a educação das meninas em áreas sob seu controle.
O ataque ocorreu quando a menina estava voltando da escola para casa, na cidade de Mingora, na província de Swat.
Dois homens armados abordaram a van escolar que transportava Malala e cerca de dez crianças em uma congestionada avenida da cidade.
Um deles entrou na van e perguntou quem era Malala. Ao receber a resposta, ele disparou três tiros -- acertando Malala na cabeça e ferindo outras duas meninas.
Quatro pessoas foram presas, suspeitas de terem participado do ataque. Elas estavam entre as cem pessoas que foram abordadas na última semana pelos investigadores.
O caso teve grande repercussão nacional e internacional. Na sexta-feira, diversos serviços religiosos foram realizados em todo o Paquistão em homenagem à Malala.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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