A criança foi colocada em cima das chamas de um fogão a lenha. (Foto: Ilustrativa) |
Uma criança de três anos foi torturada pelo padrasto sendo colocada em cima das chamas de um fogão a lenha, em sua própria casa, no bairro Conjunto Esperança. L.R.F.L. teve as nádegas queimadas de forma grave, segundo o exame de corpo de delito expedido pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
De acordo com a Polícia, o padrasto do menino, identificado como Adelino Lima Dantas, 21, mantinha um relacionamento com a mãe da criança há cerca três meses. No dia do crime, ele teria chegado em casa embriagado e se irritou quando percebeu que a criança, sem querer, tinha queimado uma camisa dele. O homem disse ao delegado titular do 19º DP (Conjunto Esperança), Aurélio Araújo, que sua intenção era castigar L.R.
Segundo informações prestadas à Polícia em depoimento pela mãe da criança, no momento em que viu o filho sobre as chamas, ela contou ter ficado muito nervosa, mas conseguiu tirá-la das mãos do padrasto. Ela disse ainda ter sido ameaçada de morte pelo cônjuge, caso dissesse alguma coisa a respeito do que tinha acontecido.
Escola
Os ferimentos na criança só foram percebidos quatro dias depois de terem sido causados, por seu padrasto. Uma professora do garoto percebeu que ele sentia desconforto ao sentar e avisou à avó do menino. Ela decidiu averiguar e quando percebeu a enorme queimadura nas nádegas do neto, procurou à Delegacia e fez a denúncia. O pequeno L.R. foi levado ao hospital e medicado. Depois foi submetido a exame de corpo de delito.
O delegado afirmou que a mãe parece muito fragilizada e não será responsabilizada criminalmente por não ter denunciado. "Ela não pode ser responsabilizada. Estava com medo e havia sido ameaçada. Não vejo necessidade de envolvê-la no crime".
O padrasto da criança foi autuado por crime de tortura. Para Aurélio Araújo, ficou comprovado que os ferimentos tinham a intenção de fazer a criança sofrer, o que torna o acusado um torturador. "Ele tem que estar fora da sociedade, principalmente, por que demonstrou uma capacidade muito grande de ser cruel", afirmou Araújo.
O delegado ressaltou que vai pedir providências judiciais para que ele não volte para o convívio da família e para que fique longe da criança e de seus dois irmãos. "Ele já mostrou que não é confiável", disse o delegado.
O padrasto já foi preso anteriormente por crimes de homicídio e assalto, do tipo ´saidinha´ bancária, ocorrido na Avenida Bezerra de Menezes. Ele foi capturado, no fim da tarde de quarta-feira, numa via conhecida como ´Beco da Morte´, no Conjunto Esperança, por inspetores lotados no 19º DP.
O flagrante foi feito na noite da última quarta-feira e ele foi colocado no xadrez da distrital. Porém, dentro da carceragem, os outros detentos descobriram o crime que Dantas havia cometido e tentaram linchá-lo.
Transferido
Os policias entraram às pressas no xadrez na tentativa de retirar o preso com vida. Lá, o encontraram com pequenas escoriações e um corte na altura da sobrancelha. Os companheiros de cela de Adelino Dantas permaneceram com os ânimos agitados no decorrer do dia. Ainda no fim da tarde, ele foi transferido para a Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), no Centro da Capital.
Fonte: Diário do Nordeste/Cidade News Itaú
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