quarta-feira, setembro 12, 2012

Polícia pede prisão de traficantes suspeitos da morte de jovens no RJ


O delegado Júlio da Silva Filho, titular da 53ª DP (Mesquita), encaminhou à Justiça, na manhã desta quarta-feira (12), o pedido de prisão temporária de 30 dias, contra os líderes do tráfico na comunidade da Chatuba, na Baixada Fluminense, suspeitos de envolvimento na chacina dos seis adolescentes.
Até o momento, 20 pessoas foram presas, sendo 17 homens, duas mulheres e um adolescente. A operação realizada na terça-feira (11) na comunidade já resultou na apreensão de grande quantidade de drogas, um fuzil com luneta, uma submetralhadora e dois revólveres, além de cerca de R$ 28 mil em espécie.

Segundo o coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, a partir da ocupação definitiva da comunidade vai ser instalada uma Companhia Destacada, com efetivo de 112 policiais. "É uma resposta imediata aos atos bárbaros que foram cometidos no final de semana. O relato dos moradores é dramático. A convivência com esses marginais fazia parte da rotina deles. Essa ação é uma reconquista desse território e uma garantia de tranquilidade aos moradores", completou Caldas.
Segundo moradores que preferiram não se identificar, a chegada da polícia aconteceu em boa hora. "Moro aqui há 55 anos e a situação estava ficando cada vez pior. Espero que agora as coisas melhorem", disse uma moradora, ressaltando que tinha receio até de chegar ao portão de casa.

Posto de saúde na Chatuba permenece fechado nesta quarta-feira (Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)
Posto de saúde na Chatuba permenece fechado nesta quarta-feira (Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)

A onda de violência na Chatuba e a ocupação policial na comunidade deixam cerca de quatro mil alunos sem aula nesta quarta. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Mesquita, seis escolas, duas creches e dois postos de saúde permanecerão fechados pelo segundo dia consecutivo.
Já as unidades da rede estadual voltam a funcionar normalmente, segundo a Secretaria Estadual de Educação. Na terça-feira (11), 14 unidades de educação, no total de 9 mil alunos, não tiveram aulas por conta da operação de ocupação da Chatuba.
Alunos sofreram ameaças na segunda, diz diretora
Maria Cristina de Moraes dos Santos, diretora adjunta da escola Nuta Bartlet James, onde os jovens mortos estudavam, disse no velório realizado em um ginásio em Nilópolis que os alunos sofreram ameaças durante as aulas desta segunda. Segundo ela, por volta de 14h30, os jovens começaram a receber mensagens de texto no celular dizendo que haveria um arrastão no local. Na saída, dois jovens arrombaram o portão, entraram nas salas e derrubaram mesas. Ninguém foi agredido.

Escola Nuta Bartlet James, onde os meninos estudavam, ficou fechada nesta terça (Foto: Janaína Carvalho / G1)
Escola Nuta Bartlet James, onde os jovens assassinados estudavam, está fechada (Foto: Renata Soares/G1)

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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