O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens, representou Washington durante a revolta contra Muammar Gaddafi em 2011, e morreu na "cidade que ajudou a salvar", como lembrou nesta quarta-feira (12) o presidente Barack Obama, se referindo a Benghazi.
Stevens, que morreu ontem (11) à noite aos 52 anos com outros três americanos em um ataque que homens armados fizeram contra o consulado de seu país em Benghazi durante protesto contra um filme americano, ocupava o posto de embaixador na Líbia desde maio, mas já conhecia bem o país.
Sua ampla experiência no Oriente Médio fez com que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o transformasse em enviado especial a Benghazi pouco depois do início das revoltas populares contra o regime de Gaddafi, em abril de 2011.
"Ao longo da revolução líbia, serviu de forma abnegada a nosso país e ao povo líbio em nossa missão em Benghazi. Seu legado permanecerá onde quer que os seres humanos busquem liberdade e justiça", disse Obama em comunicado nesta manhã.
Enquanto o então embaixador na Líbia, Gene Cretz, retornou aos EUA antes de se afastar da operação aliada contra Gaddafi, Stevens permaneceu até novembro de 2011 em Benghazi, o reduto dos rebeldes líbios, onde se tornou o americano de maior destaque no país.
Seu trabalho de mediação com o Conselho Nacional de Transição, que definiu como um "ente político digno de receber nosso apoio", foi estratégico para que Obama autorizasse uma ajuda "não letal" de US$ 25 milhões aos insurgentes.
Após concluir a missão em novembro passado, Stevens foi confirmado no início deste ano como novo embaixador na Líbia, onde também havia sido encarregado de negócios entre 2007 e 2009.
Suas operações se baseavam agora em Trípoli e o embaixador se encontrava em Benghazi unicamente devido a uma viagem de negócios, o que Obama ressaltou hoje, da Casa Branca, em sua declaração.
"É especialmente trágico que Chris Stevens tenha morrido em Benghazi, porque é uma cidade que ele ajudou a salvar", lamentou Obama. "Com o conhecimento, a coragem e a determinação que lhe eram característicos, criou alianças com os revolucionários líbios, e os ajudou, à medida que tentavam construir uma nova Líbia".
Nas palavras de Hillary Clinton, Stevens "arriscou sua vida para deter um tirano, e depois a entregou tentando construir uma Líbia melhor".
"Onde quer que Chris fosse com sua equipe na Líbia, um país marcado pela guerra e a tirania, eram recebidos como amigos e companheiros", lembrou Hillary, que acrescentou que foram os cidadãos líbios que levaram Stevens ao hospital após o ataque.
A secretária de Estado lembrou que o diplomata "se apaixonou pelo Oriente Médio quando jovem voluntário dos Corpos de Paz, ensinando inglês no Marrocos" entre 1983 e 1985.
Antes de se unir ao corpo diplomata americano em 1991, Stevens, nascido no norte da Califórnia em 1960, era um advogado especializado em comércio internacional que trabalhava em Washington.
Estudou na Universidade de Berkeley (Califórnia), na escola de Direito de Hastings no mesmo Estado e em 2010 fez um mestrado da Escola Nacional de Guerra.
Seu domínio do francês e do árabe o transformou rapidamente em um membro valorizado dentro do corpo diplomático, o que o levou a ocupar diferentes postos em Jerusalém (Israel), Damasco (Síria), Cairo (Egito) e Riad (Arábia Saudita).
Também trabalhou em Washington no comitê de Relações Exteriores do Senado e dentro do Departamento de Estado como diretor do escritório de Assuntos Nucleares e de Segurança, assessor sobre o Irã do subsecretário de Assuntos Políticos e assistente no Escritório para o Oriente Médio.
Na noite de ontem, no 11º aniversário dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, Stevens se tornou o primeiro embaixador americano a morrer assassinado no cargo desde 1979, quando um tiroteio matou o chefe da legação no Afeganistão, Adolph Dubs.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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