A partir de setembro as hortaliças e frutas de pomar vendidas nos supermercados do Rio Grande do Norte terão a qualidade rastreada. Do cultivo até as gôndolas dos estabelecimentos, um sistema chamado Rama (Rastreabilidade de Alimentos e Monitoramento de Agrotóxicos) acompanhará todo o processo de produção aos quais as mercadorias são submetidas. "Há dois anos estamos buscando uma forma de combater o uso de agrotóxicos e produtos em excesso no hortifrutigranjeiro", destaca o presidente da Associação dos Supermercados do RN (Assurn), Geraldo Paiva Júnior.
Apresentado ontem no Centro de Convenções durante a 24ª edição Exponor (Convenção Nordeste de Supermercados, Feira de Equipamentos, Produtos e Serviços), o sistema da empresa PariPassu, de Florianópolis, promete gerar um melhor controle da qualidade dos estoques nos supermercados. O Rama será alimentado tanto por supermercadistas que recebem o produto, quanto pelos fornecedores, que colocarão uma etiqueta para identificar a procedência dos produtos. Com isso, toda a cadeia envolvendo as hortaliças e frutas fica coberta. De acordo com Paiva, os primeiros resultados de análises devem sair em meados do próximo mês.
Caso sejam identificados produtos de determinadas origens que recebem agrotóxicos ou produtos em excesso, os supermercados ficam proibidos de negociar com os fornecedores em questão. Ao mesmo tempo o Instituto de Defesa Agropecuária do RN (Idiarn) e o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN) são notificados sobre a existência das mercadorias. O presidente da Assurn revela que pelo menos 19 itens causam preocupação quanto à qualidade, e alguns podem estar em falta nas gôndolas em um primeiro momento.
Geraldo Paiva cita o exemplo do pimentão. "A princípio esse produto pode sofrer um pouco. O pimentão deve ficar mais caro e menor, mas vai melhorar. É melhor ter uma pequena falta inicialmente do que estar vendendo a mercadoria com agrotóxico", afirma. As análises dos produtos ocorrerão mensalmente. "Com o código da etiqueta será possível descobrir a origem do produto e acompanhar todo o percurso até por Iphone", ressalta Paiva, lembrando que o cadastro de fornecedores, supermercadistas e atacadista já vêm sendo feito.
Uma das chaves para qualificar os produtos nas gôndolas está na qualificação da comunidade do Gramorezinho, na zona Norte de Natal, de onde saem mais de 80% das hortaliças vendidas nos supermercados da capital. Está em andamento na região um projeto para implementar a produção orgânica nas hortas, meta que deve ser atingida até o fim do ano. De acordo com Jarian Gomes, presidente da Associação de Amigos e Moradores do Sítio Gramoré e Adjacências (Amigs), atualmente os agricultores estão sendo capacitados através de oficinas. O projeto na comunidade Gramorezinho é patrocinado pela Petrobras e tem apoio do MPE, Emater e Sebrae/RN.
Fonte: DN Online/Cidade News Itaú
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