De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a quebra na produção de grãos no Semiárido foi superior a 80%. Considerando toda a Região Nordeste, os prejuízos ficaram em torno de 22%, mas que foram amenizados pelos bons resultados das culturas de soja.
Com os impactos climáticos, a participação do Nordeste na produção nacional de grãos caiu, registrando 7,5%. “Seria bom que não tivesse perda no Nordeste. Em safras normais, como a do ano passado, a participação da região foi em torno de 10%”, disse Eledon Oliveira, técnico de avaliação de safra da Conab.
Segundo ele, a produção nacional só alcançou os patamares recentemente divulgados pelo governo com o recorde do milho – plantado entre janeiro e março – que compensou as perdas, com aumento de 22,9% da área e de 71,7% da produção, ganho de 16 milhões de toneladas em relação ao resultado anterior.
“A situação no Nordeste ainda preocupa porque estão sem produto e sem água. Estive no Ceará em maio e a situação é terrível. Os rios secaram, os rebanhos morrem de sede e fome e os preços estão altos com a falta de produtos”, declarou.
Apenas no Rio Grande do Norte, apesar da produção de feijão ser pequena, a quebra foi 89,6%, passando dos 33,7 mil toneladas para 3,5 mil toneladas nesta safra. Os produtores da Paraíba também perderam 89% do feijão e sentiram a diminuição da produção que, na última safra, chegou a 44,7 mil toneladas e nesta foi 4,9 mil toneladas. No Ceará, a queda do feijão chegou a 87,3% – de 259,6 mil toneladas para 32,9 mil toneladas.
A quebra da produção de milho no Nordeste foi 30%. Enquanto no ano passado, os produtores nordestinos contabilizaram uma produção de 6,1 milhões de toneladas, nesta safra, o volume atingiu 4,3 milhões de toneladas. No Rio Grande do Norte, Ceará e na Paraíba a queda na produção foi superior a 91%.
Prognóstico climático prevê ainda mais seca no RN
Um prognóstico climático anunciado nesse final de semana pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) aponta El Niño moderado no trimestre. Nestas condições, a região Sul deverá ser favorecida com chuvas acima da média e culturas como a soja poderão alcançar produtividade alta.
A previsão que influencia a safra de verão 2012-2013 foi apresentada pela diretoria do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) aos membros da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Deverão ocorrer precipitações abaixo da faixa normal no norte da região Norte e na faixa litorânea do Nordeste.
Na grande área central, que abrange parte das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, fica mantida a previsão de padrão climatológico, ou seja, igual probabilidade de chuva para as três categorias (abaixo, normal e acima da normal climatológica).
Fonte: Defato/Cidade News Itaú
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