O chefe do Serviço de Inteligência da 4ª DP do Rio, Weber Santos de Oliveira, recebia cerca de R$ 16 mil por mês do jogo do bicho. Ele é um dos 18 presos pela Operação Catedral, deflagrada na manhã desta quarta-feira (29) pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança. A propina paga para a segurança dos pontos do bicho e pelo vazamento de informações sobre operações policiais variava entre os R$ 16 mil pagos a Oliveira, mais R$ 9.500 pagos ao chefe do serviço reservado do 5º Batalhão de Polícia Militar e R$ 75 semanais pagos a policiais militares. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Segurança em coletiva na sede da Academia de Polícia (Acadepol) no começo da tarde.
A polícia prendeu ainda o contraventor Evandro Machado dos Santos, o “Bedeu”, chefe de uma quadrilha do jogo do bicho que atua em áreas do centro do Rio e no bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade. O filho de Bedeu, Alessandro Ferreira dos Santos (foto), também foi preso, acusado de fazer parte do esquema. Os dois foram encontrados pelos policiais em um condomínio de classe média alta no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, durante operação chamada de Catedral.
Dezoito dos 24 mandados de prisão da operação haviam sido cumpridos, parte deles envolvendo policiais civis e militares que fariam parte da quadrilha e 30 mandados de busca e apreensão em vários pontos da cidade. Dentre os acusados estão o capitão chefe do Serviço Reservado (P2) do 5º Batalhão da Polícia Militar; o chefe do Setor de Investigações da 4ª Delegacia Policial; e dois sargentos da PM que são supervisores de graduados da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência.
Segundo a denúncia, o grupo recebia propina de R$ 30 mil mensais para fazer a segurança dos pontos do jogo do bicho e fornecer informações sobre operações policiais contra o jogo. Bedeu domina o jogo do bicho em grande parte do centro do Rio, dentre estes a Central do Brasil, as ruas Uruguaiana e do Rosário e o largo da Carioca, Segundo a investigação, a quadrilha tinha um faturamento mensal de R$ 170 mil e funcionava como uma empresa, com divisões financeira, administrativa e jurídica.
Do valor arrecadado mensalmente, R$ 30 mil eram destinados ao pagamento de propinas a policiais civis e militares. Além da proteção dos pontos de exploração da jogatina ilegal e da segurança dos chefes da organização, os policiais eram responsáveis pelo vazamento de informações relativas a operações policiais que seriam realizadas pelos órgãos de segurança do Estado.
Sete meses
A polícia apurou ainda que Bedeu ostentava um alto padrão de vida, dono de mansões em áreas nobres da cidade, carros importados e um iate. Os mandados estão sendo cumpridos em diversos pontos da cidade, em residências e escritórios da organização. A investigação do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança durou cerca de sete meses. Durante esse período, 25 apontadores do jogo do bicho pertencentes à quadrilha foram presos.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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