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segunda-feira, agosto 06, 2012

Polícia trata ataque que matou sete como "terrorismo doméstico"; Nova York reforça segurança


Em entrevista coletiva, John Edwards, chefe da polícia de Oak Creek, nos Estados Unidos, local onde neste domingo (5) seis pessoas foram mortas por um atirador em um templo da religião sikh, disse que o episódio está sendo tratado pelas autoridades policiais como um caso de "terrorismo doméstico". O atirador foi morto após trocar tiros com um policial.

Edwards não forneceu informações sobre o atirador, nem sobre as vítimas. Ele disse que não há mais ninguém no interior do templo. A polícia fez uma varredura nos arredores do templo para checar se havia outro envolvido no ataque, mas não encontrou qualquer indício de participação de outra pessoa.

À rede NBC News, uma autoridade disse que o atirador portava somente uma arma e usava roupas militares.

Em Nova York, por precaução, a polícia reforçou a segurança em templos sikhs, apesar de não haver indícios de que ataques poderão ser realizados na cidade.

O ataque
O atirador invadiu um templo religioso sikh --religião originária da Índia-- e disparou contra os fiés que acompanhavam uma cerimônia em Oak Creek, que fica perto de Milwaukee, Estado de Wisconsin, no norte dos Estados Unidos.

LOCAL DO ATAQUE

  • Arte/UOL
    O ataque ocorreu em Oak Creek, cidade que fica perto de Milwaukee, maior cidade do Estado de Wisconsin, no norte dos Estados Unidos

Segundo Bradley Wendlandt, chefe da polícia local, sete pessoas morreram, entre elas o atirador. A informação do tiroteio chegou à corporação por volta de 10h25 (horário local, 12h25 em Brasília), momento em que os fiéis estavam chegando ao templo e preparando uma cerimônia, que iria começar às 11h30.

De acordo com Wendlandt, um policial que está há 20 anos na polícia chegou ao templo e trocou tiros com o atirador. Ele foi baleado várias vezes, mas conseguiu matar o atirador. O policial foi encaminhado ao hospital, onde está sendo submetido a uma cirurgia.

Segundo o chefe da polícia, quatro corpos foram encontrados dentro do templo e três, incluindo o atirador, na parte externa. Wendlandt disse ainda que a polícia investiga a participação de outra pessoa no crime. Segundo a imprensa de Milwaukee, o líder do templo está entre os mortos. 

Uma equipe da Swat (unidade especializada da polícia) entrou no templo e retirou as pessoas. A polícia está fazendo uma varredura no local para saber se há outro atirador.

Ao “Milwaukee Journal Sentinel”, Vem Boba Ri, membro do templo, descreveu o atirador como um homem branco, com idade em torno dos 30 anos. Segundo ele, o atirador não é integrante do templo. Boba Ri disse não saber o que o motivou a atirar contra os fiéis. “Não temos ideia. É praticamente um crime de ódio”, disse.

Boba Ri disse ao jornal que o atirador caminhou até o líder do templo, que estava em pé, na parte externa, o atirou nele. Depois, o atirador entrou no templo e começou a atirar contras as pessoas.

A rede CNN afirma que um clérigo, que conseguiu se esconder em um banheiro dentro do templo, conseguiu enviar mensagens à polícia com informações sobre os acontecimentos no interior do local.

Segundo ele, cerca de 50 pessoas estavam no templo e muitas conseguiram sair depois de perceber o tiroteio. O clérigo informou à polícia que havia 12 crianças no interior do templo no momento do ataque.

Uma força tarefa com policiais federais, estaduais e municipais está no local. Homens do FBI (polícia federal norte-americana) também estão investigando o caso. Mais de 20 ambulâncias foram ao templo para socorrer os feridos.

Segundo fonte do principal hospital da região, três vítimas deram entrada no local em estado grave. Uma delas foi baleada na cabeça e a outra no abdômen. A terceira vítima ainda está sendo avaliada.

Religião sikh
A religião sikh foi fundada há cerca de 500 anos na região do Punjab, norte da Índia, e possui entre 20 e 30 milhões de seguidores, a maioria na Índia. Ao contrário do hinduísmo, religião majoritária na Índia, os sikhs são monoteístas. No Reino Unido, os sikhs compõem a Guarda Real.

Em geral, os homens seguidores da religião usam turbantes e barbas longas e, por conta disso, muitas vezes são confundidos com muçulmanos. Já as mulheres usam véus e roupas longas. Segundo sikhs que vivem nos Estados Unidos, após os atentados de 11 de setembro de 2001 eles passaram a ser alvo de atos racistas.

Segundo a imprensa de Milwaukee, cerca de 3.000 famílias sikhs vivem no sudeste de Wisconsin --nos EUA são quase 500 mil.

A comunidade sikh foi fundada em Milwaukee em 2002, e templo alvo do ataque foi inaugurado em 2007. Nos últimos dez anos, houve registro de ao menos quatro casos de agressão a sikhs, segundo lideranças religiosas locais. Em duas oportunidades, táxis pertencentes a seguidores da religião foram destruídos. Em outras duas ocasiões dois homens sikhs foram agredidos na rua.

Em 2009, uma pessoa morreu e ao menos 15 ficaram feridas em um ataque ocorrido em um templo da comunidade sikh em Viena, na Áustria. O ataque, no entanto, não foi por motivos raciais, mas sim por rivalidades entre grupos de seguidores.

Ataque no Colorado
Há duas semanas, em 20 de julho, doze pessoas foram mortas e 58 ficaram feridas quando James Holmes, 24, invadiu um cinema na cidade de Aurora, no Colorado, durante a exibição do terceiro capítulo da saga Batman e começou a disparar aleatoriamente.

Ele foi indiciado com 24 acusações de assassinato e com 116 acusações por tentativa de assassinato.

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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