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quarta-feira, agosto 15, 2012

Pelo menos 20 morrem em ataque aéreo no norte da Síria


Crise no mundo árabe
Mais de vinte pessoas morreram em um ataque aéreo nesta quarta-feira (15) na cidade de Azaz, no norte da Síria, próximo à fronteira com a Turquia, indicou o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos).

"Posso afirmar que conseguimos identificar mais de 20 mortos" nessa localidade, declarou à AFP o presidente do Observatório, Rami Abdel Rahman.

Ele informou que o ataque atingiu também os onze peregrinos xiitas libaneses sequestrados no dia 22 de maio, no norte da Síria, e que quatro deles ficaram gravemente feridos.

Segundo ele, um avião disparou mísseis contra uma antiga sede local do partido Baath, transformada no quartel-general dos grupos rebeldes.

O ataque causou pânico na cidade e centenas de pessoas, principalmente mulheres e crianças, se dirigiram, à noite, em direção à fronteira turca, constatou um jornalista da AFP.

No local do ataque, um jornalista da AFP viu dezenas de pessoas gritando e buscando sobreviventes desesperadamente entre os escombros a que foi reduzida uma área onde havia dezenas de casas.

"Os mortos são civis e combatentes, mas o que está claro é que era uma base do Exército Livre da Síria", grupo composto por desertores e civis que pegaram em armas, explicou Rami Abdel Rahman.

"É uma zona civil. Todas estas casas estavam cheias de mulheres e de crianças que dormiam devido ao jejum do Ramadã. Nem sequer Israel se atreveria a fazer algo assim", denunciou à AFP Abu Omar, um engenheiro de 50 anos.

No hospital, um jornalista da AFP viu uma criança de quatro anos aparentemente morta e o corpo de um bebê coberto de poeira, além de restos humanos cobertos com um lençol.

"Neste momento, ninguém sabe até que ponto chegará o registro (de mortos). As buscas nos escombros levarão dias", declarou Abu al-Baraa, um médico radiologista que chegou nesta quarta-feira da Arábia Saudita. Segundo ele, o hospital de Azaz dispõe apenas de outro médico: um anestesista.

Segundo testemunhas e membros do ELS que chegaram para reforçar a segurança depois do ataque. O avião disparou duas vezes, sendo na segunda vez com menor potência, alvejando um centro de imprensa improvisado, onde não se sabe se há vítimas.

Na fronteira, várias famílias, com pacotes de roupa e comida sobre a cabeça, tentavam buscar refúgio na Turquia.

"Acabou, estou farto. Ninguém deveria viver com este medo. Como meus filhos vão dormir se não formos embora?", dizia Abú Alaa, um habitante de Azaz de cerca de quarenta anos.

"Meu marido e meu filho mais velho ficaram. Um vigia nossa loja e o outro luta. Mas nós tivemos que vir, sabemos que Assad matará mulheres e crianças", explicou Samia, que partiu com cinco filhos.

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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