O Wikileaks teve acesso em janeiro do ano passado à caixa de e-mails do vice-presidente da companhia de métodos de espionagem Stratfor e encontrou mensagens que comprovam que os Estados Unidos possuem "uma acusação selada contra Julian Assange".
De acordo com o jornal espanhol Público, o executivo Fred Burton refere-se a Assange em diversos momentos como “babaca” e garante que armazenou todas as publicações do Wikileaks em seus servidores para usá-las em favor da empresa.
Em uma troca de e-mails datada de 26 de janeiro deste ano, Burton reconhece que a justiça norte-americana havia emitido há um mês uma ordem secreta de prisão contra Assange por práticas de espionagem.
Em outras mensagens obtidas pelo Wikileaks e divulgadas pelo Público, é o analista tático Sean Noonan quem atesta os esforços de seu país pela prisão de Assange.
Em uma delas ele se questiona quanto à rapidez com que a Interpol (Polícia Internacional) ordenou a detenção do jornalista. Para Noonan, “as questões de crimes sexuais raramente geram alertas especiais da Interpol”, o que “não deixa dúvidas de que se tenta impedir a publicação dos documentos do governo pelo Wikileaks".
Um dia antes, Chris Farnham, membro da Stratfor na China, diz possuir um amigo próximo da família de uma das jovens que denunciou Assange por estupro. Essa fonte teria assegurado a Farnham que "não há absolutamente nada por trás a não ser procura dos fiscais por um nome”.
Antes do vazamento
Antes mesmo do vazamento dos documentos diplomáticos, Assange já era procurado pela Stratfor. Em junho de 2010, o especialista em segurança Shane Harris entra em contato com Fred Burton para avisar que Assange organizaria uma conferência em Las Vegas e ressalta que "nosso pessoal poderia detê-lo pela suspeita de seu envolvimento com os vazamentos".
"Como estrangeiro, poderíamos revogar seu estatus de turista e deportá-lo. Poderíamos ter uma acusação selada e prendê-lo. Depende do quão avançado é este caso militar", respondeu Burton na ocasião, referindo-se ao processo contra o soldado Bradley Manning, o responsável pelo vazamento de dados da missão norte-americana do Iraque e no Afeganistão. Assange cancelou essa viagem por questões de segurança.
"Descobrir quem são seus cúmplices também é chave. Checar quais trapaceiros infelizes existem dentro do grupo e fora. É preciso levá-lo de um país a outro para que seja obrigado a se defender de acusações pelos próximos 25 anos. Tomar dele tudo o que ele e sua família têm”, chegou a defender Burton.
Antes de ocupar seu cargo atual, Burton foi o responsável pelo departamento de prevenção de práticas terroristas do serviço de segurança diplomática do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Fonte: Opera Mundi/Cidade News Itaú
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