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quarta-feira, agosto 22, 2012

Diretora do Ciad diz que adolescentes foram torturados pela Rocam


Gildo Bento

Jovens acusados de atos infracionais estão no Ciad à espera da sentença judicial
O Ministério Público Estadual está apurando uma denúncia de tortura que teria sido praticada por policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) de Mossoró contra jovens internados no Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Acusado de Ato Infracional (Ciad) local. A PM foi acionada para conter atos de desordem em julho desse ano. O comando local diz desconhecer a denúncia e que os policiais teriam agido legalmente.

De acordo com a diretora da casa, Gessilda Silva de Azevedo, o incidente aconteceu no dia 3 de julho desse ano, quando adolescentes iniciaram um pequeno tumulto. Naquele dia havia 12 jovens internados e a unidade estava sem policiais (são apenas dois por turno). Os educadores, amedrontados, acionaram a Polícia Militar, que enviou uma equipe da Rocam.

Conforme a diretora, o pedido era apenas para que os policiais fossem ao local para garantir a segurança dos servidores. No entanto, sem a devida autorização, eles entraram no estabelecimento e foram em direção aos alojamentos dos adolescentes. Todos foram retirados dos seus quartos e colocados no pátio, onde teriam sido torturados pelos militares.

O major Correia Lima, comandante do Décimo Segundo Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, afirmou desconhecer as denúncias feitas pela direção do Ciad, que agora são apuradas pelo Ministério Público.

Segundo o oficial, ele foi informado sobre a ocorrência envolvendo a equipe da Rocam, que é sua subordinada, mas desconhece qualquer ação considerada ilegal. “A alegação cabe a quem acusa. A informação que eu recebi não é essa. Não é essa. Muito pelo contrário. Os policiais trabalharam de forma legal, pelo que eu estou sabendo”, destacou o militar.

Por enquanto, não há nenhum procedimento interno instaurado na PM, que aguarda a investigação feita pelo Ministério Público e uma posterior decisão da Justiça. Enquanto isso, os policiais envolvidos na ocorrência, cerca de 10, continuarão atuando normalmente.

Fonte: Defato/Cidade News Itaú

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