Dados fornecidos pelo Hospital Rafael Fernandes mostram que o número de casos de Aids aumentou em Mossoró. Uma média de nove casos são registrados todos os meses. A previsão é de que o total de pessoas com a doença em 2012 supere o quantitativo do ano passado, uma vez que no ano de 2011 foram contabilizados 72 indivíduos com o problema, e apenas nesse primeiro semestre 61 casos foram notificados.
De janeiro a junho de 2012, o HRF registrou um aumento do número de indivíduos de diversas cidades com a síndrome, correspondendo assim um incremento de 96,5% em relação ao mesmo período de 2011. Só em Mossoró o crescimento foi de 61,4%. As internações em decorrência da Aids e outras doenças oportunistas representam 70,2% do total de hospitalizações.
Segundo o infectologista Alfredo Passalacqua, o número de pacientes com a doença tem aumentado bastante nestes últimos anos.
"Entre os anos de 2011 e 2012, temos registrado de 6 a 9 casos todo mês. O perfil dos pacientes têm mudado bastante nesse intervalo de tempo. Hoje grande parte das pessoas que atendemos com a doença são mulheres e jovens. A Aids também tem crescido em meio às pessoas acima de 50 anos", explicou Alfredo.
O médico ainda informa que entre os principais fatores que contribuíram para esse aumento do número de Aids no município estão: o acesso facilitado aos exames que detectam o vírus, o uso crescente de drogas que utilizam instrumentos que possam propagar a doença, entre outros.
"Novos casos têm aparecido, principalmente pelo acesso facilitado que as pessoas têm em relação aos exames que detectam o vírus. Com a instalação do Centro de Testagem e Aconselhamento no Município (CTA), que é um sistema mais reservado e mais sigiloso, os indivíduos sentem-se mais seguros e preparados para fazer o teste. Os médicos da cidade também estão desenvolvendo o hábito de solicitar entre a avaliação de rotina, especialmente para as grávidas, exames para descobrir se há existência do vírus, com isso novos casos são constatados".
Transferência de pacientes do HRF gera divergências
Pacientes do Hospital Rafael Fernandes reclamam da forma que a instituição tem tratado a questão do aleitamento. De acordo com eles, o órgão não tem mantido um diálogo com as pessoas que utilizam o serviço de saúde para saber qual é o melhor espaço físico para serem realizadas as hospitalizações e os tratamentos médicos.
"É um desrespeito, principalmente com os pacientes com vírus HIV, a forma como a instituição tem tratado o assunto das transferências, pois devido às reformas o órgão não vai poder manter as pessoas que estão aqui internadas ou fazendo algum tratamento. Eles querem levar o pessoal para o Hospital Regional Tarcísio Maia, porém sabe-se que naquela Unidade existem riscos de infecção, pondo assim em risco a saúde de alguns indivíduos que estão mais fragilizados", relatou o paciente Roberto Kennedy.
Ele ressaltou que para contornar o problema da falta de espaço físico no HRF, as pessoas que precisam de tratamento podem ser levadas para o Hospital da Polícia Militar (HPM). Outra sugestão é que os pacientes mantenham-se no Rafael Fernandes, para isso a reforma do ambiente teria que ser feita por alas.
"O mais adequado é que fôssemos enviados ao HPM, porque o espaço físico é maior, os banheiros são adequados às necessidades dos pacientes. Muitos funcionários concordam com essa opção. Entretanto, não a expressam porque têm medo de retaliações", falou Roberto.
A diretora da instituição, Lúcia Bessa, informou que devido às obras de ampliação e reforma, as pessoas que se encontram em situação mais grave serão enviadas para o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal.
O infectologista Alfredo Passalacqua esclareceu que foi disponibilizada uma enfermaria no Hospital Tarcísio Maia para receber as pessoas que precisassem de tratamento, porém foi constatado que o espaço é não é adequado para receber pessoas que portam os mais diversos tipos de doenças infectocontagiosas.
"Apesar de ter uma localização central, a estrutura da enfermaria é muito pequena para reunir em um mesmo espaço pessoas com pneumonia, Aids, entre outras doenças. Estamos analisando outras opções e encontraremos uma que seja adequada para todos, isto é, pacientes e profissionais que atuam no HRF", pontuou o médico.
Fonte: O Mossoroense/Cidade News Itaú
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