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terça-feira, julho 10, 2012

Pai condenado por bater na filha diz não se arrepender das cintadas




O pai que foi condenado a dois meses e 20 dias de prisão, em regime aberto, pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, por ter batido na filha afirmou que não se arrepende de ter aplicado o castigo. “As cintadas eu não dei como sou um ser agressivo, vou espancar porque merece. Não. Fiz para corrigir. Eu me arrependo das cintadas porque isso me tornou hoje um ficha suja. Então estraguei uma ficha que eu tinha toda limpa por causa de uma correção que fui fazer para corrigir minha filha”, desabafou Ismael Vieira Dias, que trabalha como encarregado de mecânica em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
O desentendimento entre a filha e o pai ocorreu em 2010, quando a menina tinha dez anos. Os dois estavam sentado na mesa da cozinha da casa. “Foi o momento em que a gente se desentendeu e eu pedi para ela ir ao quarto dela. Ela estava do lado da cama, eu dei umas cintadas nela e ali parou. Foi o único momento em dez anos que aconteceu isso”, lembrou o Ismael.
Os pais da menina são separados e foi a mãe, Marinês Sabi, quem denunciou Ismael, por maus tratos, na Delegacia da Criança. Após as cintadas, as nádegas da criança ficaram marcadas. Inicialmente, o Ministério Público propôs que o processo fosse suspenso e em troca o pai prestasse serviços à comunidade, durante seis meses. Ismael não concordou, recorreu e perdeu em primeira e em segunda instância.

O relator do processo, juiz substituto Naor de Macedo Neto, avaliou que o pai teve intenção de machucar a filha. “(...) ficou comprovado que o acusado, ao dolosamente desferir "cintadas" na vítima que estava sob sua guarda, expôs sua saúde a perigo para que realizasse corretamente suas tarefas escolares, abusando dos meios de correção e disciplina”, dizia parte da sentença divulgada pelo TJ-PR  na quarta-feria (4).
De acordo com a delegada Mônica Ferracioli, o excesso, ainda que seja cometido com o intuito de corrigir o filho, pode ser caracterizado como maus tratos. “Como este caso, ele foi corrigir e se excedeu e desferiu várias cintadas na menina”, explicou a delegada.
O pai contou que já foi chamado na escola três por atos de vandalismo da filha e também porque ela levou o celular para a sala de aula. Diante do comportamento da garota, ele decidiu adotar algumas medidas que, na avaliação dele, não surtiram efeitos. “Então, começamos a cortar. Cortamos o computador, não deixava acessar, fazia dormir mais cedo, não deixava assistir TV até mais tarde, começamos a cortar algumas regalias. E ela fazia o que? Regredia do outro lado também”.
A mãe, Marinês Sabi, não quis gravar entrevista. Por telefone, disse que procurou a Justiça, porque queria a guarda da filha, já que o pai a estaria impedindo de ver a menina, depois do castigo. Segundo ela, o caso não precisava ter chegado a este ponto. Foi o pai que insistiu no processo. Atualmente, a criança está com a mãe.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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