Investigadores fizeram buscas nesta terça-feira (3) na casa e no escritório do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy por conta do caso do susposto financiamento ilegal de sua campanha eleitoral, em 2007, pela herdeira da fábrica de cosméticos L'Oréal.
O ex-presidente é ameaçado por questões legais desde que perdeu o cargo, em maio, para o socialista François Hollande.
O juiz Jean-Michel Gentil e cerca de dez policiais da unidade de crimes financeiros de Paris fizeram a investigação.
Ele, que perdeu a imunidade legal em 15 de junho, nega irregularidades.
O ex-presidente viajou na segunda-feira com sua família para o Canadá, segundo seu advogado, Thierry Herzog.
O site do jornal "Le Monde" também se referiu a uma busca no escritório de advocacia, ao qual Nicolas Sarkozy é associado, o que ainda não foi confirmado por fontes ligadas à investigação.
"Essas buscas, mesmo após o meu encaminhamento ao magistrado de todos os elementos necessários, há 15 dias, vão se revelar, como podemos esperar, procedimentos desnecessários", declarou Herzog.
Os documentos enviados por ele ao juiz mostram, segundo ele, "a absoluta impossibilidade de supostos 'encontros secretos' com Liliane Bettencourt", a herdeira do grupo L'Oréal.
Herzog afirma que na carta informou ao juiz "que todas as viagens e lugares por onde Nicolas Sarkozy passou em 2007, estavam sob o controle dos policiais responsáveis pela sua segurança".
Disputa familiar
O caso do financiamento ilegal veio à tona em 2010, durante uma disputa familiar pela fortuna de Liliane Bettencort, considerada a mulher mais rica da França.
O ex-contador dela afirmou que o ex-administrador de sua fortuna, Patrice de Maistre, pediu 150 mil euros no começo de 2007 a fim de entregá-los ao ex-ministro Eric Woerth, que foi tesoureiro da campanha de Sarkozy.
Funcionários dos Bettencourt disseram em seguida que tinham visto Sarkozy em pessoa na casa dos patrões, durante a campanha presidencial de 2007.
As acusações ajudaram a engrossar o coro dos opositores de Sarkozy, que já o criticavam pela maneira como conduziu o país em meio à recessão.
O caso também levou a um debate paralelo sobre a liberdade de imprensa. O "Le Monde" acusou o governo de usar contrainteligência para descobrir quem era sua fonte sobre a investigação. O governo, à época, negou.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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