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sexta-feira, julho 06, 2012

Fuzilamento de brasileiro é adiado, afirma embaixador


Reuters
O embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, descartou, por ora, a execução de Marco Archer Cardoso Moreira, 50, condenado à morte na Indonésia por tráfico internacional de drogas.

A resposta ocorre após intervenção da presidente Dilma Rousseff, do chanceler Antonio Patriota e do embaixador Soares.

Segundo o Itamaraty, as "tratativas ocorrem em alto nível" -diretamente com o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono.

Na semana passada, Soares se reuniu com representantes do Secretaria de Estado da Indonésia, órgão ligado à Presidência. Ouviu, segundo ele, que não há nenhuma definição ainda sobre o fuzilamento do brasileiro Marco Archer.

O embaixador disse ter sido informado que o presidente Yudhoyono não respondeu ao segundo pedido de clemência feito em favor do brasileiro. Archer só poderia ser executado se houvesse uma negativa ao pedido.

"Foi um alívio", disse o embaixador, que viajou na terça-feira retrasada para Cilacap, a oito horas de trem de Jacarta, para visitar o brasileiro e "tranquilizá-lo".

Até então, o próprio Itamaraty acreditava que o segundo pedido de clemência havia sido rejeitado pelo presidente indonésio.

A tensão foi deflagrada a partir de semana passada, quando um procurador declarou ao "The Jakarta Post" que Archer seria executado nas próximas semanas, ao lado de dois estrangeiros também condenados à morte.

A Folha tentou, nas últimas duas semanas, falar com esse procurador, sem êxito.

A fala do procurador sinalizava que o presidente indonésio decidira não perdoar Archer. Daí a preocupação brasileira no caso.

Não está clara a influência de Dilma e Patriota sobre Susilo Bambang Yudhoyono.

O Itamaraty não quer dar detalhes. A avaliação é que evitar a execução de Archer já é uma vitória; libertá-lo é improvável em razão da gravidade do crime que cometeu na Indonésia.

O brasileiro entrou com 13,4 kg de cocaína no país, quantidade expressiva de droga que figura entre os recordes de apreensões.

Nascido no Rio de Janeiro e instrutor de asa-delta, Archer diz que a venda da droga serviria para pagar uma dívida contraída com um hospital em Cingapura.

Em 1997, ele caiu de um parapente em Bali e teve que ser transferido para o país vizinho. Não conseguiu pagar todo o tratamento e era constantemente cobrado.

Fonte: Folha de São Paulo/Cidade News Itaú

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