Os envolvidos no confronto foram detidos por policiais militares e guardas municipais e permaneceram na entrada da emergência aguardando a chegada de uma viatura. Depois, eles foram levados para o 34º DP (Centro) (Foto: Fabiane de Paula)
A disputa entre gangues rivais de jovens e adolescentes que tem causado várias mortes na periferia de Fortaleza saiu das pequenas ruas e vielas e foi parar nos corredores do maior hospital de emergência do Estado, o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro). No fim da tarde de ontem, um jovem tomou um objeto cortante de um médico e tentou matar um ´inimigo´ de 18 anos que estava recebendo atendimento no setor de Pequenas Cirurgias, causando tumulto e muita correria.
O confronto só não resultou em morte devido à chegada rápida de policiais militares que estavam na unidade fazendo a escolta de outros presos internados no hospital. Os militares saíram das enfermarias atendendo ao pedido de socorro do médico que ficou encurralado entre os grupos rivais e teve o instrumento de trabalho tomado.
De acordo com a Polícia, tudo começou por volta das 16 horas após um tiroteio entre duas gangues na Rua Vicente Sabóia, no bairro Pirambu (Zona Oeste da Capital). No confronto, duas pessoas foram baleadas. Ítalo Soares dos Santos, 18, ferido no abdome e no braço deu entrada com dois acompanhantes na emergência do IJF-Centro.
Encaminhado para o setor de pequenas cirurgias, Ítalo recebia os primeiros atendimentos e os dois colegas dele, identificados como William de Sousa, 19; e Gledson Pimenta de Araújo, 18, esperavam no local. Conforme a PM, minutos depois, um adolescente de 17 anos, que havia sido baleado no ombro no mesmo tiroteio, e é inimigo de Ítalo, entra na emergência com o irmão Carlos André de Sousa, 25.
Testemunhas contaram à Polícia, que o adolescente viu os inimigos, tomou a tesoura do médico e tentou agredir Ítalo e os dois jovens. Ele disse que pegou a tesoura para se defender dos rivais, já os desafetos dele, disseram que ele estava ali para "terminar o serviço", que seria matar Ítalo Soares.
Antes que conseguisse ferir alguém, o adolescente foi contido pelo cabo Reginaldo Alves, da 2ª Companhia do 5º BPM (Messejana), que fazia a escolta de um preso. Uma patrulha do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) foi acionada e fez uma varredura no local tentando localizar outros dois homens que estariam armados no hospital.
No entanto, nenhuma arma de fogo foi encontrada. Quatro pessoas foram detidas após o tumulto. O adolescente ficou na emergência para receber atendimento, mas o irmão dele e os dois acompanhantes de Italo, que se envolveram no tumulto, foram levados para o 34º DP (Centro).
Tensão
Mesmo depois das detenções dos acusados, o clima ainda era de tensão entre funcionários. Para a técnica de enfermagem Ana Miranda, o nível de segurança do hospital é insuficiente.
De acordo com a assessoria de imprensa do IJF-Centro, não houve invasão ao hospital e as pessoas envolvidas no incidente estavam recebendo atendimento médico. O órgão informou também que o objeto usado pelo adolescente estava em uma mesa e não foi tomado do médico.
Fonte: Diário do Nordeste/Cidade News Itaú
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