A Polícia Civil afirma que o suspeito de ter cometido sequestro-relâmpago contra o jogador Valdivia e a esposa dele, Daniela Aranguiz, confessou o crime durante depoimento na tarde desta quarta-feira (13).
O suspeito foi ouvido pelo delegado Marco Aurélio Batista, titular do 23º Distrito Policial, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. O jogador Valdivia, que pela manhã havia reconhecido uma foto do suspeito, voltou à delegacia nesta tarde para fazer pessoalmente o reconhecimento. O meio-campista deixou a delegacia às 16h50.
O homem, que tem 36 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar na madrugada de terça-feira (12) por roubo de veículo. O suspeito foi detido por policiais militares quando passou por uma guarnição da corporação dirigindo um veículo Honda Civic com queixa de roubo. Após ser abordado, os policiais localizaram uma arma calibre 38 e um envelope com R$ 1.625,00 e um cheque de R$ 500.
O dono do Honda Civic reconheceu o preso como o autor do crime. O suspeito era procurado pela Justiça desde novembro.
Investigação do sequestro-relâmpago
Na delegacia, de acordo com a polícia, ele acabou confessando a participação no sequestro do jogador do Palmeiras após inúmeras perguntas feitas ao suspeito.
Segundo o delegado, o suspeito foi indiciado por extorsão mediante sequestro e estupro. "O Valdivia esteve aqui e há pouco o reconheceu pessoalmente, tendo certeza absoluta da autoria", disse.
O suspeito chegou por volta das 16h desta quarta-feira ao 23º Distrito Policial, para que fosse feito o reconhecimento. O homem foi identificado com base nas imagens do circuito de segurança de uma loja de autopeças, onde ele tentou comprar um amplificador de som com o cartão de Valdivia, durante o sequestro-relâmpago, na noite da última quinta-feira.
"Ele (o suspeito) tem uma ficha criminal bastante extensa, desde 1994. Ele já praticou furtos, roubos, estupros e estava foragido e tinha mandado de prisão decretado há um mês. Mapeamos a área em que ele cometia os roubos. Sabíamos que ele morava na Zona Norte, sabíamos que ele tinha uma filha pequena, porque no roubo a uma primeira vítima ele levou um bombom para a criança. A casa dele estava sendo monitorada quando ocorreu a prisão", afirmou Batista. A mulher do jogador também pode ser chamada para prestar depoimento, segundo o delegado.
Depoimento
Na noite de segunda, o futebolista do Palmeiras prestou depoimento durante duas horas na mesma delegacia e relatou que ele e sua mulher, Daniela Aranguiz, foram abordados na noite de quinta por um homem armado quando passavam de carro pela Avenida Sumaré, na Zona Oeste da capital.
À polícia, Valdivia contou que, inicialmente, não foi reconhecido pelo assaltante. "Mas ele [criminoso] começou a fazer uma série de perguntas e o Valdivia tentou despistá-lo, dizendo que era estudante. O criminoso falou do carro importado e acabou reconhecendo o Valdivia. Daí ele passou a pedir R$ 20 mil", disse o delegado Batista.
O assaltante chegou a sacar R$ 1 mil em um caixa eletrônico. Antes de se dirigirem a uma loja de autopeças, passaram em uma lanchonete na Pompeia. Depois, foi com os reféns a uma loja de autopeças e o criminoso tentou comprar um amplificador de som, mas não conseguiu por causa do limite do cartão de crédito. O circuito interno do estabelecimento registrou ação. No vídeo, Valdivia e a mulher são vistos no balcão e no caixa, com o sequestrador. As imagens mostram o criminoso de frente. Ele é moreno e usa cabelo baixo. O reconhecimento pessoal deve ocorrer ainda nesta quarta-feira.
Após o crime, Valdivia e a mulher viajaram para o Chile, onde concederam entrevista a um canal de tevê. Daniela contou que o criminoso tentou tocá-la. Batista disse que Valdivia manteve essa versão, o que se configuraria em mais um crime, o de tentativa de estupro.
Ao serem questionados pelo entrevistador sobre os comentários de que o sequestro tinha sido uma farsa, a mulher do jogador afirmou que câmeras dos prédios podem ter filmado por onde o carro deles passou durante o sequestro. Valdívia e a mulher foram libertados também na Zona Oeste e calculam que o sequestro-relâmpago tenha durado de duas a três horas.
Casos semelhantes
Casos de sequestros envolvendo jogadores de futebol já foram manchete nos noticiários, principalmente entre 2004 e 2006. Na ocasião, nomes como Grafite, Rogério, Marinho, Michael, Kleber, Ricardo Oliveira, Robinho e Luis Fabiano tiveram familiares sequestrados no estado de São Paulo. Em todos os casos, as vítimas foram liberadas.
Em 1994, o ex-jogador e atualmente deputado federal Romário viveu um drama semelhante. O pai do craque, Edevair de Souza Faria, ficou 11 dias em cativeiro no Rio de Janeiro, mas acabou libertado pela polícia antes da disputa da Copa do Mundo, nos Estados Unidos.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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